Mineradora pretende figurar entre as maiores empresas do segmento no prazo de quatro anos
A mineradora Vale deu um grande passo para aumentar sua presença na área de fertilizantes com a compra, por US$ 3,8 bilhões, dos ativos de produção de adubos da multinacional Bunge no Brasil.
O negócio envolve minas de rocha fosfática e plantas de processamento de fosfatados, além de participação direta e indireta de 42,3% no capital total da Fosfertil – a maior fornecedora de matéria-prima para a indústria de fertilizantes no Brasil. A transação não envolve negócios de varejo ou distribuição de fertilizantes.
Depois da compra, a Vale deve se concentrar agora na aquisição das ações dos outros acionistas do bloco de controle da Fosfertil: a Mosaic (controlada pela Cargill) e a Yara. Segundo uma fonte do setor, as negociações já estão adiantadas, e a expectativa é de que o acordo seja anunciado brevemente.
O avanço da Vale no segmento de fertilizantes já havia sido sinalizado pela empresa, que pretende estar entre as maiores do setor em quatro anos. Em 2009, a Vale chegou a cogitar a possibilidade de entrar na briga pela gigante americana Mosaic, mas retrocedeu após desgastes com o governo. Na época, a companhia era alvo de críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por ter cortado o orçamento e demitido quase 2 mil funcionários para se ajustar ao cenário de crise global.
No Brasil, a Vale explora potássio na mina de Taquari-Vassouras, em Sergipe. Suas operações nessa área, no entanto, estão centradas no Exterior.
(Zero Hora, 28/01/2010)