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protesto socioambiental circos
2010-01-28 | Julianaf

Ativistas da organização em defesa dos animais AnimaNaturalis foram atacados por pessoas ligadas ao Circo Kroner, atualmente instalado na cidade de Zarate, na Argentina.

O ataque incluiu espancamentos, ameaças e danos causados por funcionários e representantes do circo, durante ato pacífico que a organização de defesa dos direitos dos animais tentou realizar no domingo, 24, em frente ao Circo Kroner.

Os ativistas da AnimaNaturalis estavam com os corpos pintados como um tigre e um elefante, na tentativa de sensibilizar a população sobre os maus-tratos a que são submetidos os animais de circo. Os ativistas levavam cartazes e faixas com os dizeres “Os animais não são palhaços”. A organização tem realizado manifestações desse tipo em todo o mundo e obteve sucesso em alguns países como Espanha, Chile, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Equador e México.

Pouco tempo após o início da manifestação, ativistas da organização foram agredidos por funcionários do circo com pedras e socos, resultando em vandalismo e roubo de câmeras e vídeos, corte na boca da coordenadora de campanhas da AnimaNaturalis e fratura do septo nasal de um ativista que resultou em cirurgia. Quase uma dezena de pessoas ficaram feridas pelos socos e pedras, e foram atendidas por uma ambulância.

A ação da polícia e de moradores de Zarate, que presenciaram o ocorrido, impediu que a ação dos funcionários do circo Kroner tivesse consequências ainda piores.

“Quando estávamos fazendo a denúncia à polícia, representantes do circo passavam em carros e caminhonetes o tempo todo, nos repreendendo e ameaçando. Tivemos que voltar para casa com escolta policial”, disse um dos ativistas.

Edward Murphy, ativista da AnimaNaturalis, disse que o objetivo da ação era “defender o direito dos animais e também a magia do circo. Nós não somos contra o circo, mas sabemos como trabalha com os animais. As pessoas do circo começaram a nos provocar quando estávamos iniciando o protesto, e em seguida começaram a atirar pedras e ferir várias das meninas que participaram do evento, bateram nas pessoas e tiveram uma atitude violenta, sendo que até os policiais ficaram impressionados com a situação”.

Segundo ativistas da AnimaNaturalis, circos como o Cirque du Soleil oferecem uma grande variedade de atrações e não envolvem nenhum maltrato ou sofrimento para os animais.

“Os animais só atuam por causa do medo”, diz Emília Soerensen, coordenadora da campanha da AnimaNaturalis. “Quanto mais selvagens são os animais, mais dura é a punição, utilizando como métodos de treinamento barras de aço, chicotes, choques elétricos, privação de comida e água, e isolamento”.

É comum que os animais apresentem sintomas de estresse, tédio e frustração, uma patologia conhecida como zoocosis, provocada pelas incontáveis horas de isolamento e solidão em instalações deploráveis. “Se as crianças soubessem como os animais são tratados nos circos, não assistiriam às apresentações”, disse Leonora Esquivel, presidente da AnimaNaturalis Internacional. “Levar as crianças aos circos com animais é ensinar o poder dos fortes sobre os fracos pelo medo”.

Entre os circos que utilizam animais presentes na Argentina estão o Circo Servian, o Circo Australiano, o Circo Houdini, o Circo de los Hermanos Segura e o Circo Kroner.

(Por Raquel Soldera*, ANDA, 27/01/2010)

* Com informações de AnimaNaturalis


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