No último sábado (24/01), mais de 200 atingidos pela barragem de Jirau, do Complexo Madeira, reuniram-se em assembléia, na comunidade de Mutum Paraná, em Rondônia. O objetivo era discutir a pauta de reivindicações para ser apresentada ao consórcio Energia sustentável do Brasil (Enersus –GDF Suez).
Os atingidos organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reivindicam o direito ao reassentamento e a um plano de desenvolvimento local. As famílias ainda resistem à retirada forçada pelo consórcio, que vem negando informações aos atingidos. “Nós apenas sabemos que vamos ter que sair das nossas casas, mas não sabemos qual será a forma de indenização nem se haverá indenização para todos. Queremos ter a garantia de continuar na terra produzindo para sustentar nossas famílias”, disse um atingido.
No início deste mês, o MAB teve acesso ao Plano de Remanejamento da População Atingida, produzido pela empresa. Um plano que ainda não contempla os diretos dos atingidos, mesmo que a empresa afirme que este não é o Plano final. A seguir, alguns pontos do Plano que o MAB não concorda:
O plano prevê uma carta de crédito e agrovilas urbanas. Porém, com a carta de crédito o dinheiro acaba logo e no Pólo Industrial os atingidos não terão condições de produção, como eram acostumados. Nosso povo deve ser reassentado em áreas que dêem condições mínimas de reestruturação das famílias, como possibilidade de continuarem produzindo na terra.
Os atingidos têm direito de decidir para onde querem ir, e como deve ser a sua transferência. E o que acontece é que e empresa decide tudo pelas as famílias.
O consórcio quer construir as casa da agrovila no modelo de placas. É um modelo que para realidade da Amazônia não serve, pois a região é muito quente e será insuportável viver nelas.
Os atingidos têm o direito de permanecer na beira do rio, para não perder a cultura ribeirinha já comprometida pela barragem.
(MAB, 27/01/2010)