Os resultados mais recentes provenientes do monitoramente de 90 geleiras em nove montanhas distribuídas em quatro continentes pelo Serviço Mundial de Monitoramento Glacial (WGMS, sigla em inglês) indicam que as geleiras continuam a derreter tão rapidamente que podem desaparecer no fim do século.
Este lembrete das duas instituições veio logo após dados inseridos no quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) serem duramente criticados por falta de base científica, forçando o seu chefe a se desculpar pelo erro na semana passada.
As últimas análises, publicadas no relatório ‘Global Glacier Changes: Facts and Figures’ de setembro de 2008, demonstram que a taxa anual de derretimento dos glaciares dobrou após a virada do milênio, segundo o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP) que trabalha em conjunto com o WGMS.
Porém, o diretor da WGMS, Wilfried Harberli disse ao The Guardian que o degelo continua, apesar de “ser menos extremo do que há alguns anos, mas o que é realmente importante é uma tendência de cerca de dez anos, e isto demonstra uma aceleração ininterrupta do derretimento”.
Os glaciares mais vulneráveis são aqueles localizados em altitudes menores, como os Alpes e os Pirineus na Europa, na África e partes dos Andes na América do Sul e Central e as Montanhas Rochosas na América do Norte.
A UNEP e o WGMS disseram que o monitoramento na Ásia central, nos trópicos e nas regiões polares precisava ser aprimorado, enquanto na Europa e América do Norte os dados são de excelente qualidade.
(Por Fernanda B. Müller, CarbonoBrasil / Envolverde, 26/01/2010)