O Irã vai inaugurar em fevereiro que vem vários projetos relativos a mísseis e armas, coincidindo com o 31º aniversário da Revolução Islâmica no país, disse hoje um comandante da Guarda Revolucionária.
Massoud Jazayeri não revelou se o Irã pretende testar novos mísseis, nem deu qualquer outro detalhe dos eventos planejados. O disparo de um míssil provavelmente aumentaria a tensão com as potências ocidentais, preocupadas com o programa nuclear iraniano. "O Ministério de Defesa do Irã vai inaugurar vários projetos de mísseis e armas durante os dez dias do Fajr [alvorada], marcando a vitória da Revolução Islâmica de 1979", disse.
Novos projetos para satélites seriam ao mesmo tempo divulgados pela organização aeroespacial iraniana, segundo ele.
O Irã celebra a Revolução Islâmica entre 1º e 11 de fevereiro, começando no dia de 1979 em que o fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini, voltou do seu exílio na França para Teerã.
Em meados de dezembro, o Irã anunciou o bem sucedido teste de um míssil de longo alcance, versão melhorada do seu míssil Sejil 2. Na época, o governo britânico disse que o fato justificava sanções mais duras ao Irã, quinto maior exportador mundial de petróleo. Desde 2006, a ONU já impôs três rodadas de sanções ao Irã por causa do seu programa nuclear, embora o país insista no caráter pacífico das suas atividades --contrariando temores ocidentais e israelenses de que Teerã pretenda desenvolver armas atômicas.
Nem Israel nem os EUA descartam uma ação militar se a diplomacia não conseguir resolver a disputa. O Irã promete retaliações contra eventuais ataques.
Os EUA e seus aliados europeus planejam novas sanções ao Irã, que não cumpriu um prazo dado por Washington, até 31 de dezembro, para aceitar uma proposta mediada pela ONU (Organização das Nações Unidas) sob a qual o país enviaria para o exterior seu estoque de urânio.
Dessa forma, o Ocidente considera que haveria menos risco de o Irã desenvolver combustível para armas nucleares. Pelo acordo, Teerã receberia em troca combustível para um reator de pesquisas médicas. No domingo, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu para fevereiro "boas notícias" a respeito da produção local de combustível nuclear.
(Reuters / Folha Online, 26/01/2010)