Para que outro mundo surja é necessário, após as primeiras iniciativas, reavaliar metas, listar perdas e vitórias, refletir. Este é o objetivo do seminário “Dez anos depois: desafios e propostas para um outro mundo possível” que deu início a infinidade de atividades do Fórum Social Mundial – 10 anos Grande Porto Alegre, que acontece até sexta-feira em sete cidades.
No momento em que desastres naturais não saem da pauta não foi difícil encontrar na fala dos palestrantes da mesa de abertura do seminário a temática ambiental. Oded Grajew, da Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania (CIVES) e participante antigo do FSM destacou que muito mais que discutir alternativas e ser propositivo o encontro pretende mudar comportamentos e atitudes dentro das organizações. É urgente, na visão de Grajew, a superação do modelo de desenvolvimento vigente e este fato já foi entendido pelo espírito dos participantes. O próximo passo é enfrentar desafios globais e superar diferenças individuais.
“Não adianta falar de solidariedade se dentro das nossas organizações somos competitivos”, falou o empresário, semeando em cada ouvinte presente na Usina do Gasômetro a questão de repensar ações dentro das suas entidades. João Pedro Stedile, da Via Campesina, recorreu ao futebol para afirmar que o FSM é uma concentração: o jogo mesmo acontece depois do evento, depois das discussões, quando cada um volta para casa e coloca em prática as ideias surgidas do encontro com culturas e pessoas diferentes e levando os ideais de construção de uma sociedade alternativa ao que temos hoje aqueles que não estiveram presentes.
Grajew relembrou o importante fato de que, caso o ser humano continue no ritmo atual de consumo e produção a espécie será extinta, sendo necessária a expansão do FSM para repensar todo o processo de vida em sociedade.
(Por Raíssa Genro, EcoAgência de Notícias, 26/01/2010)