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terremotos devastação do haiti guerra e meio ambiente
2010-01-25 | Julianaf

A rapidez e o tamanho sem precedentes das operações de resgate e socorro dos Estados Unidos no Haiti são explicadas em parte pelo interesse em garantir a segurança de 45 mil de seus cidadãos naquele país do Caribe, reconhecem especialistas em política externa ouvidos pelo Valor. Mas seria um erro creditar todos os esforços do governo americano só ao interesse em proteger os americanos.

"Os líderes políticos americanos são eleitos para se preocuparem com a segurança dos seus cidadãos", diz o professor da Robert Maguire, especialista em Haiti da Universidade Trinity. "Mas esse não é a único objetivo. Os Estados Unidos não vão evacuar os seus cidadãos e dizer ´boa sorte´ para os haitianos."

Os EUA montaram uma grande operação militar de resgate no Haiti, com 11 mil soldados, navios e aviões. O Brasil e alguns outros países, como a França, reclamaram da forma como os americanos tomaram o controle do aeroporto em Porto Princípe, a capital do país. Mais de 2 mil cidadãos americanos foram evacuados, e surgiram queixas de que os EUA estariam privilegiando a segurança deles em detrimento da ajuda humanitária aos haitianos.

"Nunca vi uma reação desse tamanho a uma tragédia", afirma o professor Luigi Einaudi, ex-embaixador americano na Organização dos Estados Americanos (OEA). Mas ele credita esse interesse incomum a um excesso de autoconfiança dos americanos. "Muitos dos desastres políticos nasceram desse sentimento americano de que o país pode resolver tudo. É a certeza de os EUA podem resolver os problemas do Vietnã, do Iraque, do Afeganistão e do Haiti."

Embora as estimativas indiquem a presença de 45 mil americanos no Haiti, apenas uma fração deles foi repatriada até agora. A maior parte desses cidadãos americanos são de origem haitiana. Eles se espalharam pelo mundo num movimento de diáspora, durante décadas de flagelo polítíco e econômico, e depois retornaram à terra natal. São ao mesmo tempo americanos e haitianos e, por isso, o interesse do governo americano em protegê-los poderia ser um pouco menor.

Por outro lado, a comunidade haitiana em território americano tem um poder político relativamente grande -e é influente o suficiente para pressionar o governo para uma ação mais forte no resgate e reconstrução do Haiti. "Não são um grupo político tão forte como a comunidade judaica", afirma Maguire. "Mas eles são poderosos nos lugares em que vivem." Na Flórida, por exemplo, os haitianos podem fazer a diferença na eleição para o Senado que ocorre neste ano. Também são numerosos em Nova York e há outras comunidades menores, com alguma força política, em outros lugares, como em Massachusetts.

Mas não só a politica local está por trás da grande operação no Haiti. "A frustração e o sentimento de culpa explicam quase tudo", diz Einaudi. "Há o sentimento de culpa por saber que há tantas pessoas pobres em um país que está tão perto. E há o sentimento de frustração por não conseguir resolver as coisas rapidamente. Os Estados Unidos colocaram suas tropas duas vezes no Haiti. A mais recente delas foi no governo Bill Clinton.

Parte do sentimento de culpa dos americanos, diz Einaudi, está ligada à divisão político-partidária nos Estados Unidos por trás do tema Haiti. No governo republicano de Ronald Reagan, o então oposicionista Partido Democrata se opôs à política americana na América Central e Caribe. No governo democrata de Bill Clinton, foi a vez de os republicanos fazerem oposição partidária. "Esse periodo de divisão ficou para trás", diz Einaudi.

(Por Alex Ribeiro, Valor Econômico, 22/01/2010)


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