A Grande São Paulo registrou novos deslizamentos de terras ontem. Desta vez, ninguém morreu, mas foi por pouco
Sete pessoas foram resgatadas por vizinhos e parentes e escaparam do soterramento. Segundo a Defesa Civil, 59 pessoas já morreram no Estado desde o início de dezembro em decorrência das chuvas. Anteontem, nove pessoas morreram durante as enchentes na região metropolitana.
Por volta das 9h30 de ontem, quatro pessoas ficaram presas dentro de um barraco, depois que parte de uma encosta cedeu na favela Paraguai, no Jardim Varginha, zona sul da capital. As irmãs Rosângela, 11, e Elisângela Ferreira Silva, 13, estavam dentro de casa com a tia, Cristiane Silva Lima, 16, e o filho dela, Kaíque Dickson, sete meses, quando foram surpreendidos pela avalanche.
Apenas a irmã mais nova, Rosângela, sofreu ferimentos. Ela quebrou o dedão do pé esquerdo. Uma mesa e o guarda-roupa serviram de barreira e amenizaram o impacto da terra.
Outras duas casas foram atingidas, mas a terra não chegou a invadir os cômodos. Até o meio da tarde, o local ainda não havia sido isolado pela Defesa Civil, e crianças brincavam sobre a parte do barranco que ainda se mantinha de pé.
Em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, um deslizamento de terra, por volta da 0h, atingiu duas casas no bairro Ouro Fino, próximo à divisa com Suzano. Três pessoas foram atingidas, incluindo uma mulher grávida de oito meses. As vítimas ficaram soterradas até a cintura e foram resgatadas por vizinhos, que agiram rapidamente.
Quatro casas na estrada do Sonda foram interditadas pela Defesa Civil de Ribeirão Pires. Moradores de outros cinco imóveis resolveram deixar tudo para trás. É o caso do motorista José Carmin Batista da Silva, 48. "Estou com medo. Minha mulher e meus dois filhos me disseram que só voltam para cá quando tudo tiver estiver resolvido", disse Silva.
(Agora / Folha de S. Paulo, 23/01/2010)