Mais de 100 organizações participarão de marcha que sai do Centro da cidade e vai até a Usina do Gasômetro
Apesar de ser um evento descentralizado e em proporções menores do que as últimas edições anteriores em Porto Alegre (2003 e 2005), que superaram 100 mil participantes, o Fórum Social Mundial (FSM) 10 Anos Grande Porto Alegre manterá o formato repetido há uma década, com Acampamento da Juventude, grandes seminários, oficinas e manifestações públicas. O evento acontece a partir desta segunda-feira e vai até sexta da próxima semana, na Região Metropolitana.
A tradicional caminhada de abertura será no dia 25, às 17h30min, em Porto Alegre. A organização estima que até 10 mil pessoas participem da marcha. A concentração começa às 15h, em frente ao Paço Municipal, e a trajetória segue pelo largo Glênio Peres, avenidas Borges de Medeiros e Erico Verissimo e encerra-se na Usina do Gasômetro. Durante todo o percurso, acontecem atividades culturais.
No largo Glênio Peres e na Praça Dalto Filho, os grupos teatrais Oi Nóis Aqui Traveiz e Oigalê realizam apresentações. Às 19h, ainda na caminhada, a Banda da Saldanha fará um show na Praça Isabel, na avenida Borges de Medeiros. A marcha deve terminar às 20h, no Gasômetro, onde ocorrerão shows com Renato Borghetti, Papas da Língua e Marcelo D2.
Roberto Jakubaszko, membro do comitê porto-alegrense do Fórum, ressalta o caráter plural da passeata. "Teremos diversas bandeiras, haverá manifestação política de todos", aponta. O dirigente destaca que os manifestantes devem fazer um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, de 25 a 31 de janeiro. "O contraditório faz parte do FSM", garante.
O presidente da CUT-RS e organizador do FSM em Porto Alegre, Celso Woyciechowski, aposta que a caminhada será pautada pela crítica ao neoliberalismo. "Somos contra o modelo que gerou a crise econômica mundial e levou a um processo de desenvolvimento desestabilizado", assevera.
O sindicalista estima que mais de 100 entidades vão compor a marcha, entre CUT, Via Campesina, MST, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento da Luta Pela Moradia, movimentos de defesa dos direitos dos negros, organizações religiosas, entre outras.
"A caminhada apresenta o Fórum Social para o mundo, mostra sua diversidade e seu ecletismo de forma alegre, mas possui um caráter reivindicatório. Apresenta uma construção coletiva de um outro mundo possível que precisa começar logo", define.
(JC-RS, 22/01/2010)