Quatro rinocerontes-brancos (Ceratotherium simum), que viviam em cativeiro na República Checa, foram levados para o Quênia, com a esperança de serem reintroduzidos. Os dois pares de machos e fêmeas, todos férteis, são quatro dos oito últimos espécimes da subespécie Ceratotherium cottoni, em cativeiro.
Os animais foram oferecidos pelo zoológico de Praga, da reserva de Ol Pejeta, no âmbito da operação “Back to África” (De volta à África) e os responsáveis esperam que eles possam se adaptar ao meio e procriar entre eles e também, especialmente, com os últimos rinocerontes selvagens da mesma subespécie que ainda sobrevivem na região.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, os últimos sobreviventes selvagens também são apenas quatro. O mercado oriental de afrodisíacos cobiça muito os chifres destes rinocerontes, um símbolo fálico de força. Por isso, centenas de animais ainda são massacrados na África e a intenção é sempre a mesma: retirar a pequena protuberância do corpo.
Os expatriados são protegidos dia e noite por estarem em vias de extinção e, segundo os responsáveis pela operação, ficarão separados dos restantes, já habitantes da savana, para poderem se ambientar aos poucos.
Operação de alto risco
Dados da organização apontam dois rinocerontes selvagens avistados no sul do Sudão – o que traz alguma esperança aos protetores da espécie. Das fêmeas em cativeiro, apenas uma tinha sido capaz de reproduzir – agora ela e a cria de nove meses se encontram no Quênia.
Esta operação é considerada de alto risco, já que um dos machos está bastante envelhecido e não se sabe se os animais poderão realmente se adaptar ao meio, procriar e viver em segurança. Os responsáveis consideram a fertilização in vitro, para assim assegurar a continuidade dos Ceratotherium cottoni.
Depois do elefante, este é o maior mamífero terrestre, com dois metros de altura, cinco de comprimento, podendo pesar por volta de quatro toneladas. Tem dois chifres, dos quais o anterior mede até 1,50 metro. O rinoceronte-branco (Ceratotherium simum) era o maior e mais numeroso da família de mamíferos perissodáctilos e não difere do negro pela cor (ambas as espécies são acinzentadas), mas sim pelo formato dos lábios. Outra subespécie é a Ceratotherium simum simun – o rinoceronte-branco do Norte.
(Ciência Hoje / ANDA, 21/01/2010)