A indústria brasileira de celulose se beneficiou do fechamento de capacidades no Hemisfério Norte para se consolidar como a quarta maior fabricante mundial do insumo.
Se no começo de 2009 a prioridade do setor para o período de crise era permanecer à frente de Suécia e Finlândia, ultrapassadas pelo Brasil no ano anterior, o decorrer do ano e os números da produção mundial afastaram essa preocupação.
– Os países do Hemisfério Norte tiveram queda (no volume produzido) superior a 10% ou 15% em 2009, enquanto o Brasil cresceu 6% no período – afirma a presidente executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes.
A entidade, diz Elizabeth, ainda não recebeu dados de produção dos países escandinavos referentes a 2009, mas as projeções indicam que a diferença a favor do Brasil pode ficar entre 12% e 15% do total fabricado. O Brasil encerrou 2009 com produção de 13,461 milhões de toneladas, recorde para o país, enquanto que a da Suécia, quinta no levantamento, deve ficar pouco acima de 11 milhões de toneladas.
Investimentos até 2017 poderiam chegar a US$ 20 bi
Agora, o Brasil deve começar a buscar posição entre os três maiores do setor, em disputa direta com canadenses e chineses – o líder é os EUA. O Brasil poderá tirar do papel desde projetos suspensos por conta da retração mundial até novos investimentos, a serem feitos pela Fibria ou pela chilena CMPC, que assumiu a fábrica de Guaíba, entre outros projetos.
O novo ciclo de investimentos ainda não foi mapeado pela Bracelpa, mas é provável que os aportes até 2017 se aproximem de US$ 20 bilhões. Com as novas unidades, a capacidade de produção deve superar 20 milhões de toneladas anuais, o que colocaria o Brasil em patamar semelhante à atual produção de canadenses e chineses.
(Zero Hora, 22/01/2010)