Os técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro, que recolheram amostras de água do rio Paraíba do Sul, descartaram a hipótese de contaminação por produto tóxico.
Segundo a secretária do Ambiente do Rio, Marilene Ramos, as análises só estarão concluídas ao longo do dia. Ela informou que a conclusão preliminar permite afirmar que o forte cheiro que exalava do rio, percebido na manhã desta quarta-feira (20) na altura do município de Barra Mansa, foi causado pela proliferação de algas marinhas.
"Não há nenhum indício de vazamento que tenha causado esse odor, que é típico de algas. A gente acredita que, com o calor e a chuva, houve um aumento no número de algas, que acabaram sendo arrastadas ao longo do rio".
A secretária também afirmou que as algas não estavam em quantidade suficiente para apresentar alguma toxicidade na água.
Captação de água
"Por isso, retomamos a captação de água desde o fim da tarde de ontem e não chegamos a suspender a transposição do Paraíba do Sul para o Rio Guandu, que fornece água à região metropolitana", explicou.
Por medida de precaução, até que o resultado das análises permita identificar o motivo do mau cheiro, a captação de água foi suspensa por volta das 9h de ontem (20) nos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa, que têm sistemas próprios de abastecimento; e na cidade de Pinheiral, que recebe água por meio da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), que também abastece a capital e a região metropolitana.
As prefeituras de Volta Redonda e de Barra Mansa informaram, hoje (21) de amanhã, que a captação foi retomada no fim da tarde de ontem e que a interrupção no serviço não chegou a prejudicar a população.
A Cedae também garantiu que os moradores de Pinheiral não sofreram com a falta de água. De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, a redução no abastecimento só costuma ocorrer após, pelo menos, 12 horas sem captação.
Para realizar as análises, uma equipe de técnicos da Cedae e do Inea coletou água em diversos pontos do rio. Outro grupo percorreu fábricas para verificar a possibilidade de vazamentos. Além disso, uma equipe de analistas de qualidade da água seguiu de helicóptero para a região, para reforçar o monitoramento.
CSN
Em agosto do ano passado, o Rio Paraíba do Sul teve suas águas contaminadas por um vazamento de óleo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A empresa foi multada em R$ 5 milhões. O rio abastece cerca de 12 milhões de pessoas em municípios do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo.
(Agência Brasil, Folha Online, 21/01/2010)