Especialista diz que não há como evitar os efeitos causados pela arborizaçãoNa manhã de ontem, a advogada Adriana Schmitt somou mais uma preocupação a sua rotina diária: o temor de que desabe a árvore que fornece sombra no lugar onde estaciona o seu carro na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre.
Apoucos metros dali, na terça-feira, um centenário jacarandá, de 18 metros, desabou e danificou seis automóveis. Não houve feridos. Entre os motivos da queda está a chuva daquela manhã.
Adriana tem motivos para temer. Entre as 1,5 milhão de árvores plantadas em Porto Alegre, as mais velhas e altas ficam exatamente no Centro e nos bairros Petrópolis, Menino Deus, Tristeza, Ipanema e Guarujá. E não existe nada que possa assegurar que, na próxima chuvarada, uma delas não irá desabar, explica Clovis Breda, agrônomo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
– Durante uma chuvarada ou vendaval, as grandes árvores têm maior possibilidade de caírem. E não tem como evitar. O que fazemos é retirar as que estão com problemas. Mas não podemos retirar uma árvore só por ela ser grande. Aliás, o seu porte traz benefícios para a cidade, como a sombra – explica Breda.
O colega de Breda, Sérgio Tomasini, um dos responsáveis pelo setor da Smam que cuida do Centro, lembrou que Porto Alegre tem praticamente uma árvore por habitante e que essa convivência tem um custo:
– Dificilmente uma tempestade irá passar pela cidade sem provocar quedas. O ideal seria uma ação preventiva em grande escala, o que é impossível, devido ao número de árvores.
Recomendações
- Evite deixar o veículo estacionado nas proximidades de árvores de grande porte quando ocorrer chuva ou vento fortes
- Fique atento aos sinais que mostram que a saúde da árvore pode estar comprometida, como galhos secos, plantas parasitas e raízes danificadas
- Em caso de dúvidas ligue para o telefone 156, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e no sábado, das 8h às 16h
(Por Carlos Wagner, Zero Hora, 21/01/2010)