Segundo dados do Ministério do Trabalho, foi na Região Sudeste onde mais se encontrou trabalhadores em condições semelhantes à escravidão. O levantamento mostra que o número de resgates no Sudeste chegou à marca de 1.068 – 30% de todas as libertações realizadas em 2009 [3.628]. As informações foram divulgadas, nesta quarta-feira (20), pelo G1.
Pela primeira vez, desde a criação dos grupos móveis de fiscalização do ministério, em 1995, o Sudeste superou as outras Regiões do país. Nos anos anteriores ao do levantamento atual, os índices da Região sempre ficavam abaixo dos 10%, enquanto o trabalho escravo tradicionalmente era mais encontrado nas Regiões Norte e Nordeste.
Mas, no último ano, o Rio de Janeiro foi o estado em que mais aconteceram resgates: 521, seguido por Minas Gerais [410]. Os estados deixaram para trás Pará [326] e Mato Grosso [308], que costumam estar nas primeiras posições das estatísticas.
O coordenador do programa de combate ao trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Xavier Plassat, declarou que muitos dos trabalhadores resgatados estavam em lavouras de cana-de-açúcar. Para ele, o aumento do trabalho escravo no Sudeste também pode ser atribuído ao maior rigor nas ações de fiscalização da Região.
No município de Campos dos Goytacazes (RJ), em apenas uma operação, em junho do último ano, foram libertadas quase 300 pessoas, incluindo mulheres e adolescentes.
(Por Desirèe Luíse, Radioagência NP, 20/01/2010)