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terremotos devastação do haiti ajuda internacional
2010-01-20

Os eurodeputados apelaram hoje a que a ajuda disponibilizada pela União Europeia chegue ao Haiti o mais rapidamente possível e que haja um sólido compromisso na reconstrução do país. Na sua primeira intervenção no plenário de Estrasburgo, a Alta Representante Catherine Ashton disse que "o nosso objectivo é aliviar o sofrimento das pessoas e o nosso compromisso a longo prazo é a reconstrução" do país.

Catherine Ashton qualificou a situação no Haiti de "desastre político e humanitário em massa". Os ministros europeus responsáveis pelo Desenvolvimento decidiram ontem disponibilizar 122 milhões de euros em ajuda humanitária e 100 milhões de euros em ajuda não humanitária ao país. "É uma grande resposta num curto espaço de tempo. Arranjar dinheiro será menos difícil do que fazê-lo chegar lá", disse a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros.

Ashton adiantou que o Conselho irá analisar novamente a situação no Haiti na próxima segunda-feira, 25 de Janeiro, sendo provável que venha a decidir o envio de um contingente da Eurogendfor (European Gendarmerie Force) a Port-au-Prince.

"A UE respondeu depressa, mas tenho reagido ao impulso de viajar para lá", explicou a Alta Representante aos eurodeputados, em linha com o que lhe foi aconselhado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas. Ashton acrescentou que irá ainda esta semana aos Estados Unidos para coordenar esforços com a ONU e a Administração norte-americana.

"Não se trata apenas de salvas vidas humanas, trata-se de salvar um país no seu todo", sublinhou o Comissário para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária. Karel De Gucht disse que vai viajar amanhã para o Haiti e que visitará também a vizinha República Dominicana.

Intervenção dos grupos políticos
Para Gay Mitchell (PPE, IE), a União Europeia, enquanto maior doador de ajuda humanitária a nível mundial, "tem de estar mais visível no terreno", sugerindo o envio de grupos policiais. O eurodeputado frisou que a pobreza, o maior problema do Haiti, requer uma resposta a longo prazo.

Linda McAvan (S&D, UK) apelou ao reforço da ajuda europeia e adiantou que uma conferência internacional deverá abordar o problema da dívida. "O público tem respondido de forma magnífica" aos pedidos de ajuda, acrescentou, referindo-se às iniciativas de angariação de fundos.

"Os problemas burocráticos estão a dificultar claramente a distribuição da ajuda, com sérias consequências no terreno", reconheceu Liam Aylward (ALDE, IE), apelando a uma "assistência coordenada" e uma "liderança mais clara". O desenvolvimento do Haiti a longo prazo deve ser uma prioridade: "Quando as câmaras de televisão se forem embora, a UE tem de continuar o seu trabalho para desenvolver e reconstruir o país", declarou.

Eva Joly (Verdes/ALE, FR), presidente da Comissão do Desenvolvimento do PE, disse que "as organizações internacionais têm imposto as políticas erradas ao Haiti e enfraquecido o tecido social do país". "Temos de dar todo o apoio que for possível, mas temos também de questionar os nossos métodos para o desenvolvimento". A eurodeputada acabou fazendo uma comparação entre os 150 mil milhões de dólares para os bancos americanos com a ajuda disponibilizada agora para o Haiti.

Nirj Deva (ECR, UK) frisou a necessidade de reconstruir e melhorar as infraestruturas do país e apelou ao estabelecimento de uma operação global de salvamento.

Na opinião de Patrick Le Hyaric (CEUE/EVN, FR), a assistência europeia tem de ser aumentada e o sistema bancário mundial também tem de contribuir para a ajuda ao Haiti. O eurodeputado disse ainda que o PE deve anunciar o seu apoio ao cancelamento incondicional da dívida ao país. E não se deve permitir que os Estados Unidos "ocupem o Haiti" com o pretexto da ajuda, acrescentou.

Fiorello Provera (EFD, IT) focou a sua intervenção na necessidade de reconstruir as infraestruturas do país e de distribuir os fundos de maneira apropriada. O eurodeputado sugeriu o estabelecimento de um "sistema de controlo para que os fundos não sejam desviados, num país com altos níveis de corrupção e com um governo fraco".

Nick Griffin (NA, UK) disse que "sentir compaixão pelas vítimas inocentes deste desastre natural é humano", mas lembrou também os mais de 50 mil pensionistas britânicos que morrem prematuramente devido ao frio e aos custos do aquecimento.

Intervenção de eurodeputados portugueses no debate

Ilda Figueiredo (CEUE/EVN): "Também nos associamos às condolências e ao lamento que todos fazemos à tragédia que se abateu sobre o povo do Haiti e manifestamos-lhe toda a solidariedade. Mas não podemos deixar de sublinhar algumas questões que consideramos fundamentais, começando por rejeitar que alguém ou algum país se procure aproveitar desta catástrofe para retomar o neocolonialismo, como parece indiciar o envio de milhares de soldados norte-americanos armados, esquecendo a pobreza em que vive a maioria da população, que continua vítima da exploração de multinacionais e de interferências externas, designadamente dos Estados Unidos da América.

Este é um momento para todos os apoios humanitários, a cooperação e ajudas à reconstrução que a nobreza e valentia do povo do Haiti merecem. Recorde-se que foi ali onde 400 mil africanos, escravizados e traficados pelos europeus, se revoltaram contra a escravidão e realizaram a primeira grande revolução social daquele continente americano. Não se deve tardar nos apoios urgentes e devidamente coordenados, mas sem ceder às tentações neocoloniais".

(Parlamento Europeu, 19/01/2010)


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