A Prefeitura de Santa Cruz do Sul está estudando medidas que possam diminuir os impactos das enchentes do Rio Pardinho nas propriedades riberinhas e nos bairros Navegantes e Várzea. A garantia é do secretário do Meio Ambiente, Alberto Heck.
O problema das enchentes voltou à tona com as queixas dos moradores de Linha Borges de Medeiros. Munido de fotografias, Márcio Luís Manske relatou que a água invadiu a propriedade da família, acabando com a lavoura de fumo, mata nativa e carregando a terra para dentro do rio. Além disso, os sucessivos desbarrancamentos estão assoreando o leito do rio que, a cada ano, fica mais raso. Ele propôs a construção de uma taipa, na margem que fica no território de Vera Cruz, para evitar novos alagamentos.
O caso repercutiu entre os moradores do Bairro Navegantes, a antiga Praia dos Folgados, situado junto ao Pardinho. A secretária da associação de moradores, Adriane Gass, disse que compreende a situação dos agricultores. No entanto, não concorda com a taipa sugerida. Se isso vier a ser feito, disse que o Navegantes e a Várzea serão ainda mais prejudicados pelas enchentes.
A moradora lembrou que, em 2006, a Ecoplan Engenharia realizou um estudo sobre a Bacia Hidrográfica do Pardo, incluindo um programa de ações voltadas ao Pardinho. Neste estudo, constam ações que poderiam minimizar as enchentes, na cidade e no interior. Ela pediu que a administração municipal recupere este projeto e que implemente as medidas.
Ela frisou que o estudo custou caro, ao Estado e ao município, e que não pode ser ignorado diante dos problemas que se repetem a cada chuva mais forte. No seu entender, o Ministério Público deveria interferir nesta questão.
MEDIDAS
Heck, que assumiu a pasta em janeiro de 2009, disse que não recebeu o projeto da Ecoplan da administração passada. “Mas vamos tentar obter uma cópia, junto ao Comitê Pardo ou mesmo na Secretaria Estadual do Meio Ambiente.”
Destacou que os técnicos da pasta estiveram nas áreas alagadas. Garantiu que, este ano, serão anunciadas medidas para minimizar as enchentes. “Inclusive, vamos buscar recursos junto ao Ministério das Cidades.”
(Por José Augusto Borowsky, Gazeta do Sul, 19/01/2010)