A Eletronuclear deve enviar até o próximo mês ao Ministério de Minas e Energia um estudo apontando as regiões em que serão construídas as próximas usinas nucleares no país. A informação foi dada por Leonam Guimarães, assistente da presidência da Eletronorte.
Segundo Guimarães, serão indicadas, inicialmente, cinco microrregiões nos estados da Bahia, de Alagoas, de Sergipe e de Pernambuco e, até o fim do ano, após a conclusão de outros levantamentos, o governo deve definir os locais exatos em que serão construídas as usinas.
Ele informou que atualmente estão sendo estudadas microrregiões nas quais é possível instalar uma central, com uma análise do litoral e dos vales dos grandes rios, como o São Francisco e o Sergipe. “Até fevereiro, vamos enviar ao governo [as conclusões do estudo]”, disse Guimarães, que participou hoje (16), no Rio, do Seminário Nacional de Energia Nucelar.
De acordo com o representante da Eletronuclear, nas próximas etapas serão feitos levantamentos mais aprofundados, incluindo pesquisa de campo de cada uma das microrregiões apontadas, além do desenvolvimento de relatórios de impacto ambiental. Ao fim de todo o processo, o governo, “a quem cabe a decisão política”, se encarregará de escolher os locais específicos para construção das usinas.
Ele informou que a Eletronuclear deve iniciar neste ano estudos para a construção de outras usinas na Região Sudeste. Para tanto, a estatal negocia um novo contrato com a Coordenadoria dos Projetos de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) para elaboração das pesquisas. “Ainda não começamos, mas vamos começar a estudar [essa região] neste ano. Espero que no ano que vem tenhamos condição de apontar os locais”, concluiu.
Na opinião de especialistas, a energia nuclear é uma alternativa economicamente viável e ambientalmente sustentável para suceder os combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão. Segundo o Ministério de Minas e Energia, com apenas um terço do território prospectado, o Brasil detém a sexta maior reserva de urânio do mundo. O país está entre as sete nações que têm conhecimento e meios para gerar energia elétrica de fonte nuclear.
(Por Thais Leitão, Agência Brasil, 18/01/2010)