O produto é o mais cobiçado no mercado internacional e serve para a confecção de casacos finos
A criação de chinchilas como atividade econômica, no últimos anos, têm atraído os olhares de pessoas que apostam em atividades alternativas. O Brasil é um dos países que se destacam na atividade e possui uma expressiva participação na exportação global de peles do animal. Nações da Europa, América do Norte e Ásia são seus principais clientes. Embora finos e sedosos, combinação que proporciona um toque leve e macio, os pelos da chinchila são resistentes. Apresentam uma camada densa o bastante para manter o usuário aquecido em baixas temperaturas. Com caimento de costura perfeito e elegante, é um produto também muito cobiçado pela sua raridade.
Com oferta insuficiente para atender à demanda, as peles são cotadas a preços altos nas disputas entre os peleteiros de países do Hemisfério Norte, onde o frio é mais intenso. De cor escura, as mais procuradas são as da raça standard e black-velvet. Há séculos a pele de chinchila já vestia os índios chibchas e a civilização inca, que habitavam a região dos Andes na América do Sul. Levada pelos colonizadores espanhóis, passou a fazer parte do vestuário dos europeus. A criação do pequeno mamífero roedor em cativeiro, no entanto, foi iniciada por um americano há cerca de 80 anos, o que evitou a extinção da espécie em razão da caça desenfreada.
Áreas de criação
No Brasil, os criadores desse roedor concentram-se nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e estados do Sul, sobretudo entre os gaúchos. No Rio Grande do Sul também encontram-se os mais baixos custos de produção. Chinchila é o nome genérico dos mamíferos roedores da família Chinchillidae, nativa dos Andes da América do Sul. A pelagem da chinchila é cerca de 30 vezes mais suave que o cabelo humano e muito densa, com 20 mil pelos por centímetro quadrado. Essa densidade capilar impede, por exemplo, que essa espécie seja infestada por pulgas, que não conseguem sobreviver na sua pelagem. Por isso não pode ser molhada. Elas próprias tomam banho, de areia.
Se trata de animais muito ativos e precisam fazer exercício regularmente. Também gostam de explorar, observar e ouvir sons. Devem ser soltos em casa ou num sítio fechado. Também são muito sociáveis e, por isso, não devem ter uma vida solitária. As chinchilas foram descobertas no século XVI e desde logo caçadas por causa da pele. No início do século XX eram já bastante raras e, em 1923, o biólogo Mathias Chapman levou os últimos 11 exemplares para os EUA. A descendência desses casais salvou a chinchila da extinção e, desde os anos 1960 é um animal de estimação relativamente popular.
Origem
As chinchilas são roedores oriundos da Cordilheira dos Andes, no Chile. O seu nome significa, literalmente, chincha pequena. Chincha é o nome dos nativos dos Andes que utilizavam o pelo desse animal para fabricar roupas. Na altura em que os conquistadores espanhóis chegaram a essa região séculos atrás, podiam encontrar-se chinchilas em partes da Argentina, Bolívia, Chile e Peru. Hoje, as selvagens são raras e o seu território está restringido às montanhas da Cordilheira dos Andes, no Chile. O primeiro registro escrito desse animal surgiu no século XVI, quando um padre espanhol descreveu a espécie no seu livro sobre os animais da Cordilheira dos Andes.
O ambiente desértico em que habitam é bastante rigoroso. As planícies dos Andes são quentes de dia e muito frias à noite. Esses animais vivem entre três mil e cinco mil metros de altura e abrigam-se em túneis que escavam ou em buracos de rochas espalhados pelas montanhas. Alimentam-se de plantas, sementes e, mais raramente, de pequenos insetos.
Assim que as chinchilas se tornaram conhecidas no mundo Ocidental, a captura por causa do seu pelo intensificou-se. No século XVIII e XIX, a procura atingiu picos alarmantes que levaram à extinção de uma espécie, Chinchilla real, e à escassez das outras duas restantes, Chinchilla lanigera e Chinchilla brevicaudata. A reprodução de chinchilas em cativeiro foi problemática.
Ambiente tranquilo
Os primeiros animais capturados para criação eram bastante nervosos e necessitavam de um ambiente bastante tranquilo para poder viver. Só em 1895 se conseguiu uma produção com sucesso que foi arrasada no ano seguinte por uma epidemia. Em 1918, Mathias Chapman, um engenheiro de minas norte-americano, entrou em contato pela primeira vez com chinchilas. Gostou do animal e lançou-se na difícil tarefa de tentar criá-las em cativeiro. Mas primeiro tinha de capturá-las em seu ambiente natural. Em razão da escassez de exemplares, o governo chileno resistiu para autorizar a captura, mas acabou por ceder por causa da forte pressão de Chapman. Esse engenheiro de minas demorou três anos para capturar 11 exemplares, dos quais apenas três eram fêmeas, e teve de subir a mais de 3,5 metros para fazê-lo.
Na volta, preferiu demorar um ano a descer a montanha para que as chinchilas pudessem se aclimatizar. Esse foi o início da história das chinchilas em cativeiro. A produção desse animal para o comércio de peles só se iniciou por volta de 1920. Hoje em dia, o comércio de pele não depende dos exemplares selvagens. Existem quintas de criação em que os animais são criados especificamente para esse fim. Mas só por volta de 1960 é que as chinchilas começaram a ganhar popularidade como animais de estimação e passaram a ser protegidos, considerados vulneráveis no estado selvagem.
(O Informativo do Vale, 18/1/2010)