População indígena, vegetação de canga e os plecpteros são os temas do 32º fascículo da coleção 'Amazônia 2', que circula encartada hoje em O LIBERAL, com patrocínio da Vale. O artigo central fala da quase extinção dos povos indígenas e dos caminhos que os povos remanescentes vêm tomando para redefinir a cultura diante da sociedade nacional. Aborda ainda as ações antrópicas que estão destruindo a paisagem de canga e do plecóptero, ordem de insetos aquáticos que comporta 19 espécies somente na Amazônia.
Existem hoje no Brasil 210 povos com 450 mil índios, para cerca de cinco milhões na época do descobrimento. No Pará vivem 50 mil indígenas de 55 etnias, espalhados em 25% do território paraense. O decaimento dessas populações provocou alterações no chamado ethos tribal, que é o comportamento de pessoas que vivem em tribos e dos índios nas diferentes localidades do País, graças à expansão da sociedade nacional e às mudanças na natureza.
O novo papel que o índio vem desempenhando diante dessa sociedade nacional incluem maior visibilidade nos meios de comunicação, a valorização ao esporte e o ingresso nas universidades. São mudanças que ficaram mais evidentes nos últimos dez anos, em contraposição a séculos de desvalorização e na qual estão incluídas a luta dos índios e os fatos de maior repercussão, recente, no que diz respeito à conquista de espaço. O fascículo mostra como as comemorações da semana do índio mudaram, nos últimos três anos, e os direitos documentados adquiridos nesse período.
Um dos artigos abordam especificamente a vegetação de canga e as inúmeras espécies endêmicas, isto é, plantas que só existem naquele lugar, por resistirem ao ferro e o níquel, como a Bhinia pulchella, Ipoemoea cavalcantei, Cuphea annulata e a Mimosa acutispula var. Muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção. Essa vegetação é encontrada na Serra dos Carajás, onde existe alta concentração desses metais.
No artigo sobre os insetos aquáticos da Amazônia, relatos sobre a fase dúbia e curiosa da vida desses animais. O texto revela que, na primeira fase da vida, muitos vivem no fundo dos rios e nas margens de mananciais; na fase madura, eles passam a ter uma vida aérea. É quando vivem o ritual de acasalamento.
(O Liberal, Amazonia.org.br, 14/01/2010)