Emater contabilizou perdas em lavouras de arroz, feijão, soja, milho e fumo
Os prejuízos ocasionados pelas chuvas do início do ano na agricultura gaúcha superam os R$ 426 milhões, conforme projeção da Emater. Foram considerados danos nas lavouras de arroz, feijão, soja, milho e fumo de 65 municípios das regiões Central e dos Vales do Taquari e do Rio Pardo. Considerando mais R$ 248 milhões referentes a novembro, o total de perdas ultrapassa R$ 717 milhões. O relatório foi apresentado ontem em encontro na Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre. Lideranças e representantes de instituições ligadas ao setor agropecuário estiveram reunidos para debater a elaboração de levantamento único.
Segundo o secretário adjunto da Agricultura, Gilmar Tietböhl, as entidades irão atualizar e compilar os dados até segunda-feira, quando haverá novo encontro. "Com isso, teremos um documento consistente para dar suporte aos pedidos que foram feitos em Brasília." O presidente da Emater, Mário Nascimento, disse que será possível incluir informações do Vale do Paranhana. "A água baixou, dando melhores condições para levantarmos informações dos demais municípios que sofreram fortes precipitações no último final de semana", disse Nascimento.
O secretário da Agricultura, João Carlos Machado, participou de audiência pública em Canguçu. Devido ao grande número de participantes, o evento, que ocorreria no Cine Teatro 27 de Junho, foi transferido para a calçada em frente ao prédio. Entre as demandas dos produtores estão anistia dos empréstimos de custeio e investimento e do Troca-Troca, auxílio financeiro para subsistência das famílias atingidas, crédito especial para reconstrução de lavouras, liberação de emendas parlamentares e prioridade ao meio rural no Minha Casa, Minha Vida.
A Fetag solicitou agilidade a bancos e à Emater nos processos de Proagro. O seguro cobre perdas causadas pelo clima em áreas com Pronaf. Para o presidente da Fetag, Elton Weber, o ideal seria o prazo entre o comunicado e a indenização não passar de 20 dias, o que depende de os envolvidos cumprirem tarefas em tempo inferior ao do Banco Central. A missão é difícil, pois o processo tem cinco etapas e pelo menos 33 dias. Até ontem, o Banco do Brasil, que concentra entre 80% e 90% das operações de Proagro no RS, havia recebido 2.144 comunicados, a maioria de trigo (1.394). Pedidos decorrentes da chuva ainda não foram computados.
(Correio do Povo, 15/01/2010)