Desta vez a Prefeitura falou em “voz alta” com a PRT, responsável pela coleta de lixo em Santa Maria. Na primeira reunião com a direção da empresa após assumir o cargo de secretário de Proteção Ambiental, o engenheiro Luiz Alberto Carvalho Júnior deu prazo de dois dias para a regularização do serviço no município, sob pena de multa e até de rescisão de contrato. A reunião entre o secretário e a direção da PRT ocorreu ontem pela manhã, na Prefeitura.
Carvalho Júnior admitiu que a Prefeitura já fez uma sondagem com empresas da área para uma eventual substituição da PRT. Segundo ele, existem “entre três e cinco empresas” habilitadas a realizar o serviço por meio de contrato emergencial. Isso poderá ocorrer se a PRT não conseguir regularizar a coleta até o final de semana. As 48 horas vencem ao meio-dia de sábado.
“A sondagem junto a estas empresas já foi realizada e elas poderiam realizar o trabalho dentro da qualidade que o Município espera”, afirmou o secretário ontem à tarde à reportagem da Rádio Santamariense. Ele salienta, porém, que em caso de rompimento de contrato a substituta da PRT levaria cerca de cinco dias para assumir a operação da coleta na cidade.
Os problemas entre Município e PRT não são de agora. Ao assumir a Prefeitura em janeiro do ano passado, a atual administração recebeu detectou falhas no serviço. O então secretário de Proteção Ambiental, Júlio Rasquin, deu prazo de 20 dias para a empresa encontrar uma solução para as reclamações sobre a coleta conteinerizada, sistema adotado no final de 2008.
As primeiras reclamações se referiam à colocação dos recepientes gigantes nas ruas (locais inadequados e número insuficiente de latões em algumas regiões). Depois, as queixas passaram a se dar em relação às falhas na coleta. No início de dezembro do ano passado, o então secretário de Proteção Ambiental, Laurindo Lorenzi Filho, teve uma conversa com os diretores da PRT e a Prefeitura anunciou que multaria a empresa. A multa, porém, não chegou a ser aplicada. Lorenzi Filho deixou o cargo esta semana para concorrer a deputado estadual, conforme a versão oficial. Nos bastidores, os comentários é de que ele estaria desgastado com as dificuldades de manter a regularidade da coleta de lixo.
Na reunião de ontem, o novo titular teria determinado que a empresa aponte “uma solução imediata” para as falhas na prestação de serviço, atendendo “cem por cento” as cláusulas contratuais. O contrato com a PRT foi renovado por mais um ano em 3 de julho de 2009 com a possibilidade de rompimento a qualquer momento após seis meses de vigência, o que significa que a Prefeitura já está liberada para rescindir o contrato.
(A Razão, 15/01/2010)