A Ilha de Algodoal, no município paraense de Maracanã, é alvo de crimes ambientais. É o que afirma a Organização Não Governamental (ONG) Suatá, que é integrada por visitantes e moradores da ilha. Segundo a ONG, mais de 17 mil pessoas circularam pelas praias da ilha na virada do ano e deixaram montanhas de lixo, que só foram recolhidas na primeira semana deste mês pela prefeitura municipal. A ONG diz ainda que há terrenos desmatados por invasores vindos de outros municípios do Estado.
Intregante da Suatá, Guto Braga visita a ilha desde 1974. Para ele, os principais responsáveis pelo abandono de Algodoal é a Prefeitura de Maracanã e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). 'Acreditamos que os detritos coletados pela prefeitura são despejados em covas abertas nas dunas que circundam as praias', afirmou. O problema com a coleta de lixo é antigo. Em 2008, a ONG ingressou com ação judicial pedindo o afastamento do prefeito de Maracanã, Agnaldo dos Santos (PMDB), por falta da coleta dos entulhos.
Atualmente, a ilha sofre com as invasões de terra, que causam o desmatamento da floresta nativa. O crime seria financiado por alguns comerciantes da ilha interessados na construção de pousadas. 'Tem gente vindo de Castanhal e Marituba para invadir', disse. A área de invasão é conhecida como 'Nova Nazaré' e começou em novembro do ano passado.
A Ilha de Algodoal é considerada uma Área de Preservação Ambiental (APA). Como principais funções do Estado estão conservar os recursos naturais e qualidade de vida da população local. A técnica de meio ambiente da Sema, Joyce Lameira, que respondeu pela gerência da APA de Algodoal-Maiandeua até o final do ano passado, alegou que a responsabilidade da coleta de lixo é do município. 'Nós sabemos que eles de vez em quando descuidam da coleta, sobretudo quando mais é necessário, como em feriadões', disse.
(O Liberal, Amazonia.org.br, 13/01/2010)