Depois mais uma rodada de negociações, os trabalhadores da Aracruz (atual Fibria) recusaram mais uma vez a proposta da empresa e devem se mobilizar para pressionar os empresários a melhorarem a proposta, retomando os benefícios. A empresa propõe um abono de R$ 2 mil em troca da retirada de benefícios dos trabalhadores.
A reunião aconteceu nesta terça-feira (12) e, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do Estado (Sinticel), Joaquim Artur Duarte, foi tensa. “Ficamos em reunião das 15h30 às 20 horas e a empresa não recuou na proposta que tira nossos benefícios, como o plano de saúde, abono de férias e seguro de vida”.
Em assembleia dos trabalhadores, 75,15% rejeitaram a proposta mais uma vez e ainda pretendem realizar uma mobilização para cobrar da empresa a mudança na proposta. O presidente do Sinticel afirma que existe um clima de revolta entre os trabalhadores. “A empresa quer nos dar um abono de R$ 2 mil e em troca quer que paguemos para sempre um plano de saúde que é gratuito há 32 anos para funcionários”.
Os trabalhadores pretendem ainda tentar uma negociação com a empresa na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) na tentativa de que seja resolvido o impasse. Enquanto isso não acontece, a categoria permanece mobilizada e pode até mesmo paralisar as atividades.
Desde que houve a fusão entre a Aracruz e a Votorantim Celulose e Papel (VCP), os trabalhadores acumularam diversas perdas. Foram perdidos 150 postos de trabalho, depois da demissão de empregados em abril de 2009. Foi também extinta a gratificação em dinheiro para empregados a partir de dez anos e eliminou-se o ônibus do turno de Vitória, prejudicando diversos trabalhadores. Também foram extintos os planos de previdência privada da empresa e a aposentadoria vitalícia em caso de acidente e invalidez permanente.
(Por Lívia Francez, Século Diário, 13/01/2010)