300 gramas. É o que pesa, em média, o menor tamanduá do mundo. O Tamanduaí, como é chamado, vive em diferentes biomas brasileiros, inclusive na Amazônia. E para estudar melhor a situação dessa espécie pouco conhecida, pesquisadores contam com a o conhecimento e apoio das comunidades ribeirinhas e quilombolas.
O projeto, realizado na Reserva Biológica Rio Trombetas, localizado no município de Oriximiná (PA), é desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil (Projeto Tamanduá e conta com apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.
"Os resultados que temos hoje, sobre os hábitos desse animal, são em torno de informações da comunidade quilombola e ribeirinha", explica a médica veterinária e responsável técnica pelo projeto Flávia Miranda. Segundo ela, pretende-se elaborar um plano de manejo para a conservação dessa espécie no País, além de suprir a ausência de informações sobre a ecologia, saúde e genética do Tamanduaí.
A comunidade quilombola Moura é uma das principais envolvidas na pesquisa. Segundo relata Flávia a proposta é bem recebida pelos moradores, já que o animal é carismático e não oferece qualquer perigo para os moradores da região.
Para encontrar esses animais, que possuem hábitos noturnos, é realizada uma busca ativa em horários diferentes do dia e da noite. A campanha costuma durar 15 dias com 10 horas de busca por dia.
Extinção
A distribuição original da espécie abrange as florestas tropicais de centro e sul da América, em regiões abaixo de 1.500 metros de altitude. No Brasil, há registros da espécie nos estados do Norte (região Amazônica) e também alguns esporádicos no Nordeste (Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí e Maranhão).
O Tamanduaí não é considerado uma espécie em extinção e em sua classificação é registrado como "LC", ou seja, de baixa preocupação. Por outro lado, os pesquisadores afirmam ser visível o desaparecimento por causa da acelerada destruição do seu habitat, principalmente na Mata Atlântica nordestina. Pretende-se com os dados obtidos no Pará classificar a espécie como criticamente ameaçada no Nordeste, já que a própria Mata Atlântica está em perigo
(Amazonia.org.br, 13/01/2010)