Objetivo é evitar 'situação crítica', diz ministro. Aplicação prevê que país possa enfrentar cinco meses de seca
O governo da Venezuela começa nesta terça-feira (12/01) um plano de racionamento de eletricidade em todo o país, informou na noite de segunda-feira (11/01) o ministro de Energia Elétrica, Ángel Rodríguez.
Ele disse que a agência estatal de notícias vai explicar como as medidas serão adotadas em cada região. Segundo ele, o objetivo das medidas é "manter o país ativo". No início do ano, o país já havia anunciado medidas para restringir o consumo da índústria e do comércio.
O ministro advertiu que, se essas medidas não forem levadas a cabo, a queda dos níveis da represa de Guri, responsável por 70% da produção de energia elétrica do paós, conduziria o país a uma situação crítica antes do fim de fevereiro. "Estamos tentando evitar que a represa de Guri até o fim de fevereiro nos leve a uma situação crítica. Um apagão geral do país", disse o ministro.
Se as medidas forem aplicadas de maneira correta, o país poderá suportar o período de cinco meses de seca, segundo ele. Na sexta-feira passada, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que os funcionários públicos vão começar a trabalhar só cinco horas diárias para ajudar na economia.
Brasil
O país reduziu em 20% o envio de energia para o Brasil, medida que levou a Eletronorte a adotar um sistema de emergência para evitar desabastecimento em Roraima, que é totalmente abastecida pela energia venezuelana. A redução foi iniciada na segunda (11), diante dos problemas passados pelo sistema elétrico no país vizinho, que já começou um programa de racionamento de energia.
Roraima vinha recebendo uma carga de 100 megawatts (MW) da Venezuela e, segundo a Eletronorte, passou a receber 80 MW. A empresa ligou a usina termelétrica Floresta, em Boa Vista, para garantir o abastecimento. Movida a óleo diesel, a usina tem capacidade para gerar 47 MW.
Segundo a estatal, o governo estuda a contratação de outra térmica emergencial, caso a situação se agrave no país vizinho. A princípio, porém, a térmica de Boa Vista dará conta de substituir a energia venezuelana. A decisão sobre a contratação de outra unidade será tomada caso a Venezuela reduza ainda mais as exportações para o Brasil.
(G1, 12/01/2010)
*(Com informações da France Presse e da Agência Estado)