O último levantamento de áreas de risco foi feito pela Prefeitura de Porto Alegre em 2003. Na época, a Capital contava com 14 mil famílias vivendo em encostas de morro e em leitos de arroios e rios. O supervisor de Meio-Ambiente da Smam, secretaria responsável por fazer este tipo de levantamento, admite que o déficit habitacional de Porto Alegre é o principal responsável pelo crescimento da ocupação nestas áreas. José Furtado também credita a esta deficiência a dificuldade de precisar os dados. Segundo o Departamento Municipal de Habitação (Demhab), o déficit habitacional da cidade é, hoje, de 38.572 residências.
A Smam tem registradas, pelo menos, 50 vilas e núcleos residenciais em áreas de risco. Estes locais são mapeados por um Programa de Áreas de Risco. Já a Defesa Civil do município contabiliza, em Porto Alegre, 27 arroios, 40 elevações e 17 ilhas que são pontos considerados mais vulneráveis. O coordenador do órgão, coronel Léo Antônio Bulling, confirma a dificuldade de trabalho nestes locais, já que a ocupação das áreas se dá sem planejamento.
Entre os exemplos de zonas de risco da Capital estão as ilhas, as moradias próximas ao Guaíba no bairro Serraria, o túnel verde, na Ponta Grossa, e morros como o da Polícia e o Morro da Cruz.
(Correio do Povo, 12/01/2010)