Desde 1977, a porcentagem de álcool na gasolina já variou 32 vezes -de 10% até 25%, conforme a necessidade do governo de equalizar a oferta do combustível vegetal e de açúcar. Para especialistas em mecânica, alterações na fórmula da gasolina podem prejudicar o consumo de determinados modelos, como os importados. Os carros flex, concebidos para aceitar qualquer percentual da mistura no tanque, não são afetados com a medida emergencial.
"Com a nova fórmula [de 25% para 20% de álcool na gasolina, até maio], os automóveis exclusivamente a gasolina devem "beber" até 2% mais. Já a emissão de poluentes, diretamente relacionada ao consumo, subirá na mesma proporção", calcula Luis Carlos Bouças, técnico da Audi.
No entanto, nenhum veículo em circulação precisará passar por ajuste mecânico ou eletrônico.
"Os motores atuais aceitam pequenas variações e não sofrerão perda de desempenho ou de durabilidade", atenta José Edison Parro, presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).
Segundo a lei nº 8.723/ 93, assinada pelo então presidente Itamar Franco, o governo poderá elevar o percentual até o limite de 25% ou reduzi-lo até 20%.
Nos EUA, é o álcool que recebe adição de gasolina (para facilitar a partida em dias frios). "Mas, lá, a proporção [85% de álcool e 15% de gasolina] nunca muda", diz Parra.
(Por Felipe Nóbrega, Folha de S. Paulo, 11/01/2010)