Os trabalhadores estão em negociação de acordo coletivo e recusaram proposta da empresa, que queria diminuir benefícios. Os empresários ofereceram à categoria indenização de R$ 2 mil, em troca da redução dos benefícios do plano de saúde, abono de férias e seguro de vida.
Em assembleia realizada no município de Aracruz, 75% dos trabalhadores representados pelo Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do Estado (Sinticel) votaram por manter o acordo coletivo atual e recusar o abono compensatório. Caso a empresa não retire a proposta do abono, os trabalhadores não descartam a possibilidade de greve.
Desde que houve a fusão entre a Aracruz e a Votorantim Celulose e Papel (VCP), os trabalhadores acumularam diversas perdas. Foram perdidos 150 postos de trabalho, depois da demissão de empregados em abril de 2009. Foi também extinta a gratificação em dinheiro para empregados a partir de dez anos e eliminou-se o ônibus do turno de Vitória, prejudicando diversos trabalhadores. Também foram extintos os planos de previdência privada da empresa e a aposentadoria vitalícia em caso de acidente e invalidez permanente.
Uma nova reunião será realizada entre empresários e representantes dos trabalhadores, que esperam retomar as negociações, já que a data-base da categoria, 1 de novembro, só foi garantida até esta sexta-feira (15). Se a empresa não recuar na proposta do abono, vai ser configurado um impasse com a categoria, que poderá então deflagrar a greve.
(Por Lívia Francez, Século Diário, 11/01/2010)