O trabalho de busca a vítimas da tragédia ocorrida na última terça-feira, dia 5, quando desabou a ponte sobre o rio Jacuí, na RSC 287, no município de Agudo, região Central do Estado, continua sendo intenso. Componentes de Busca e Salvamento da Brigada Militar trabalham no local sob a coordenação do major Jarbas Ávila. O trabalho na região conta com muitos voluntários, principalmente amigos das vítimas da tragédia que provocou o desaparecimento de cinco pessoas no rio. Muitos curiosos ainda se dirigem ao local, apesar da orientação do Comando da Rodoviária da Brigada Militar para que não se aproximem da área, pois é uma região de risco.
A agricultora Ieda Reilfluss, 70 anos, lembra que era criança quando ocorreu a maior enchente na região, no mesmo local. Ela contou que, naquele tempo, não tinha a ponte e todos passavam no rio por uma balsa.
Depois da inauguração da ponte, ocorrida no ano de 1963, essa foi a maior enchente e também a maior tragédia na região, recorda Marcos Achterberc, de 25 anos, cunhado de Nelo dos Santos. Nelo desapareceu nas águas, juntamente com Denise Dumke, de 31 anos, quando ambos visitavam o local para tirar fotografias da situação.
No sábado passado, um dos cães farejadores pertencentes ao Grupamento de Busca e Salvamento da BM teve que ser retirado da operação de resgate. O cão, que atende pelo nome de Aquiles, sofreu uma torção na pata traseira e acabou sendo substituído pela cadela Atena. Também estão integrados na operação de busca a vítimas da tragédia quatro pessoas da Cruz Vermelha.
Nesta segunda feira, será aumentado o raio de ação das equipes de resgate. De acordo com o major Ávila, a procura vinha acontecendo em um raio de 24 quilômetros. Porém, nesse domingo, por volta das 13h, os bombeiros atenderam a um pedido da mãe de Nelo dos Santos, uma das vítimas que caíram no rio Jacuí. Ela afirmou que, durante a madrugada, tinha sonhado que o corpo do filho estava retido próximo à ponte. Os bombeiros foram até o local, mas nada encontraram.
Neste sábado e domingo, continuava aumentando o movimento de veículos nas estradas da região. Os motoristas que trafegam pelos locais afetados pela queda da ponte em Agudo precisam redobrar a atenção em caso de chuva. O alerta está sendo feito pelas equipes da Brigada Militar que estão trabalhando na região. A orientação aos condutores é para que não passem pelo local com veículos pesados, já que a estrada é de chão batido e não oferece segurança.
(Por Renato Oliveira, Correio do Povo, 11/01/2010)