Moradores do município paraense de Prainha que estavam acampados às margens do rio Uruará sofreram um atentado no domingo do dia 3 de janeiro. Eles protestam desde novembro contra a retirada ilegal de madeira feita pela madeireira Jaurú onde é a Reseva Renascer.
Uma balsa carregada de madeira ilegal, empurrada pelo B/M Silva Guedes III, descia o rio na madrugada do dia 03 e ao passarem em frente ao acampamento, vários tiros foram disparados de dentro do barco em direção aos acampados, sendo que um morador foi ferido no joelho e outro levou dois tiros, um na coxa e outro no peito. Os dois foram levados para o hospital. Apenas um continua internado.
Nos dias que se seguiram, chegou até o município uma guarnição de aproximadamente 50 policiais militares que, segundo m dos moradores, vieram para dar segurança ao B/M Silva Guedes III (que quando não está transportando pistoleiros de madeireiros, faz linha para as comunidades do rio Uruará e Tamatai) e para desarmar os acampados.
Já foram feitas varias reuniões com autoridades em Santarém sobre o assunto e nada foi feito, até o momento, para amenizar a situação. Os trabalhadores prometem reagir.
Madeira ilegal
Há vários anos, a madeireira Jaurú vem extraindo madeira onde hoje é a área da Reserva Renascer no Município de Prainha. A comunidade entende que a extração é ilegal por dois motivos: primeiro, porque a madeira é retirada de uma área que não está no plano de manejo e em segundo lugar, porque o plano de manejo é da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a reserva é área Federal, portanto não tem validade.
No dia 25 de novembro passado, aproximadamente 500 moradores da Reserva Renascer, entre mulheres e homens adultos, crianças, jovens e idosos resolveram fazer um empate de forma a não permitir a decida das balsas com a madeira ilegal. Montaram acampamento na boca do rio Uruará com o Tamatai, próximo a fazenda Porto Alegre no município de Prainha.
Com as festas de fim de ano o acampamento teve uma redução no número de ocupantes e ficou com aproximadamente 180 pessoas. Acredita-se que o atentado tenha acontecido aproveitando-se a diminuição dos resistentes no acampamento.
(Cimi, MST, 08/01/2010)