Mesmo sendo o sétimo maior emissor de gases do efeito estufa no bloco europeu, a República Tcheca anunciou que venderá mais 31,5 milhões de toneladas de CO2e em 2010, reportou a Point Carbon.
O país já vendeu o equivalente a mais de Kč 16,8 bilhões (US$ 875 mil) em créditos de emissão extra, ou seja, que não eram necessários para cumprir a sua meta sob o esquema europeu de comércio de emissões, para Japão, Áustria e Suíça.
Os tchecos estão entre as nações que receberam uma meta de redução de emissões sob o Protocolo de Quioto muito mais leve do que o seu nível de emissões, pois a linha de base utilizada para calcular estas metas foi estabelecida em 1990, antes da queda da União Soviética. Após este período, as emissões dos países do leste europeu caíram vertiginosamente.
No caso da República Tcheca, a meta sob Quioto seria para manter as emissões 8% abaixo dos níveis de 1990, porém elas caíram 20,4%, de acordo com o Prague Post, criando um excesso de 150 milhões de créditos de carbono que podem ser vendidos para compensar as emissões de outros países.
Estes créditos extras, existentes nos países do leste europeu, são chamados Assigned Amount Units (AAUs). Porém este esquema ainda está no início e sofre inúmeras críticas por comercializar créditos que resultaram da queda da União Soviética, e não são de projetos de redução das emissões.
Para rebater estas críticas, alguns países, como República Tcheca, Ucrânia, Latvia, Rússia e Hungria, estão estruturando Esquemas de Investimentos Verdes (GIS - Green Investment Schemes), garantindo que as negociações de AAUs ofereçam um certo nível de integridade ambiental.
O objetivo do GIS é direcionar recursos financeiros para incentivar medidas de eficiência energética, energias renováveis, capacitação, redução da demanda energética, modernização das usinas antigas e da rede, entre outras.
(Por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil, 07/01/2010)