As usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 não estão em área de risco de deslizamento de terra. As usinas ficam a uma distância segura das encostas e se houvesse um deslizamento, ele não atingiria suas instalações. Mesmo assim, de acordo com o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, a empresa monitora continuamente as encostas. “Todas as encostas perto das usinas são monitoradas. Agora, as usinas em si estão a uma distância das encostas que, por maior que seja a avalanche, não chega até a usina”.
Othon Pinheiro também tranquilizou a população de Angra dos Reis sobre o Plano de Emergência Externa das usinas (PEE). Ele disse, em entrevista hoje (6) à Agência Brasil, que a possibilidade de ocorrência de novas chuvas na região de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, onde houve o registro até agora de 52 mortes, provocadas por deslizamentos de terra, não altera o PEE.
O presidente da empresa deixou claro, porém, que em caso de risco, a Eletronuclear não hesitará em promover o desligamento das usinas. “Se houver a menor dúvida, nós não teremos dúvida. Pararemos”. Othon Pinheiro esclareceu, no entanto, que a paralisação das usinas ocorre somente em situações de emergência. “É importante que todos saibam que a gente pode parar a qualquer minuto, que não existe nenhum problema em parar. O que ocorre é que a gente para quando realmente for necessário”.
O presidente da Eletronuclear explicou que na hipótese de uma emergência nas usinas, serão evacuadas em um primeiro momento as pessoas situadas até 3 quilômetros (km) das instalações, depois quem está até 5 km, estendendo em seguida para até 10 km. “Resumindo a história: a gente nunca vai precisar levar ninguém, para mais de 15 km de distância”. As usinas estão situadas entre as cidades de Angra dos Reis e Paraty
Ele atribuiu as notícias alarmantes sobre a segurança das usinas nucleares ao “nervosismo do primeiro momento”, diante da tragédia ocorrida no fim do ano em Ilha Grande e no município de Angra. Não há, entretanto, motivo para alarde, insistiu. Segundo o presidente da Eletronuclear, quem mora naquela zona de interesse sabe que a empresa realiza constantemente os exercícios de evacuação. O Plano de Emergência das usinas nucleares brasileiras segue normas internacionais e conta com a participação dos governos federal, estadual e municipais. “Cada um tem sua tarefa claramente definida”, afirmou.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 06/01/2010)