Apesar do aparente fim do pânico mundial em relação à gripe suína, a doença ainda inspira cuidados, já que se trata de um vírus pouco conhecido.
Uma pesquisa na revista científica "PLoS One", assinada por pesquisadores nos EUA e na Argentina, dá mais um passo para tentar explicar por que a doença é inofensiva para alguns e letal para outros. Segundo os pesquisadores, uma possibilidade é a ação conjunta do vírus H1N1 e da bactéria Streptococcus pneumoniae.
A presença dos dois vilões microscópicos no organismo dos mesmos pacientes pode estar por trás da violência inicial com que a doença atingiu Argentina, sugere a equipe liderada por Gustavo Palacios, da Universidade Columbia (EUA).
Afinal, embora o primeiro caso da doença tenha sido registrado no país apenas em 17 de maio de 2009, dois meses depois já havia 3.056 casos e 137 mortes --um índice de mortalidade de 4,5%, considerado um bocado alto diante do comum para a gripe sazonal.
Palacios e companhia examinaram amostras de 199 casos argentinos, procurando sinais de outros micróbios no organismo dos pacientes.
Verificaram que o Streptococcus pneumoniae estava presente em 56,4% dos casos graves, contra só 25% dos casos leves. E o efeito nocivo da bactéria parecia ser maior em pacientes que não faziam parte dos grupos de risco da doença.
(Folha Online, 05/01/2010)