A Nova Zelândia e a Austrália vão juntar-se para estudar três espécies de baleias nas águas da Antártidapor meio de métodos não letais, numa tentativa de desafiar o programa japonês de caça aos cetáceos.
No início de fevereiro, 18 cientistas vão partir de Wellington, capital da Nova Zelândia, a bordo do navio neozelandês “Tangaroa” em direção à Antártida para estudar, durante seis semanas, as populações de baleias-anãs, baleias-de-bossa e baleias-azuis e como estas estão enfrentando os efeitos das alterações climáticas, informa a BBC online.
Os cientistas esperam provar que o Japão não precisa matar baleias para estudá-las. Para isso vão utilizar uma série de técnicas não letais como espingardas de ar comprimido com setas para recolher amostras de gordura e pele ou transmissores que permitem seguir os animais por satélite. Além disso serão recolhidos excrementos e tiradas muitas fotografias. Instrumentos acústicos irão registar os sons emitidos pelas baleias.
“Toda a informação relevante para a conservação e gestão das baleias pode ser recolhida com métodos não letais novos e muito eficazes”, comentou Nick Gales, da Australian Antarctic Division e responsável pela expedição.
“Esta expedição e todo o programa de investigação vão demonstrar ao mundo que não precisamos matar baleias para estudá-las e compreendê-las”, comentou em junho Peter Garrett, ministro australiano do Ambiente, quando do lançamento da campanha.
O Japão faz parte da Comissão Baleeira Internacional, organismo que instaurou no final da década de 1980 uma moratória à caça comercial à baleia. Mas Tóquio continua a matar baleias alegando fins científicos, uma exceção prevista pela Comissão.
Contudo, vários países acusam o Japão de estar apenas a encobrir a venda e consumo de carne de baleia. A frota japonesa partiu a 19 de novembro para mais uma época de caça à baleia nas águas da Antártida. A meta para 2009/2010 é caçar 850 baleias-anãs e 50 baleias-comuns.
(Público / ANDA, 05/01/2010)