O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, disse hoje que a imposição de novas sanções ao Irã "será inútil" e só conseguirá que a população mundial mude de opinião a respeito dos países que atuam de forma unilateral.
Em sua entrevista coletiva semanal, o funcionário insistiu em que a polêmica sobre o combustível nuclear é "puramente política" e que o Irã não interromperá, sob nenhum conceito, seu programa atômico. "Se os países envolvidos nas negociações optarem pela cooperação, os receberemos com beneplácito. Caso contrário, continuaremos com nossas atividades", afirmou.
"Esperamos que adotem uma postura lógica a respeito de nosso programa nuclear. Como membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) temos direitos que devem ser cumpridos", acrescentou.
O funcionário iraniano respondia, assim, a recentes declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que afirmou que seu país esta disposto tanto a dialogar quanto a aplicar a máxima firmeza para resolver o problema nuclear com o Irã.
"Um país que vai pelo caminho da independência, tem novas ideias e dá passos com força, ao se apoiar em seu povo, não desanimará com estas ameaças", afirmou, em resposta às possíveis sanções.
Grande parte da comunidade internacional acusa o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas, cujo objetivo seria a aquisição de armas atômicas, alegação que Teerã nega.
O conflito se agravou no final do ano passado, depois que o regime iraniano rejeitou uma proposta dos Estados Unidos, França e Rússia para enviar seu urânio a 3,5% ao exterior e recuperá-lo depois enriquecido a 19,5%, nas condições que diz precisar para seu reator civil em Teerã.
Desde então, o Irã ofereceu várias alternativas e advertiu que conseguirá o combustível "por seus próprios meios" se não obtiver uma resposta da comunidade internacional no prazo de um mês.
(EFE / UOL, 05/01/2010)