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consciência ambiental
2010-01-06

Nem as catástofres naturais resultantes de aquecimento global, ocupações irregulares de áreas naturais e da degradação ambiental são capazes de chamar a atenção do jovem para o meio ambiente. Segundo pesquisa promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 86% dos jovens têm baixa consciência ambiental.

O estudo, divulgado pelo Instituto Akatu e Consumo Consciente, com o apoio técnico da Ipsos Public Affair, diz ainda que a segurança pública e a desigualdade econômica, por exemplo, vêm bem antes meio ambiente no ranking de suas preocupações. Apenas 11% consideraram o combate à degradação ambiental e à poluição uma prioridade global.

Prova disso é que eles ainda reclamam da falta de informação mesmo com as manchetes diárias informando sobre os debates em busca de um planeta mais sustentável. Diz ainda a pesquisa que 40% dos jovens entrevistados responderam que gostariam de ter mais informação sobre estilos de vida sustentável.

Em resumo, dizem os especialistas, os resultados do estudo revelam um perfil de jovem e adulto que troca o convívio social pela internet e que necessita de estímulo para a prática de ações sustentáveis, apesar de ter a percepção das mudanças climáticas.

No universo de entrevistados, 71% trabalhavam e 59% responderam que mantinham como principal gasto familiar alimentação e bebidas, e 32%, com relação a aluguel, energia e água. No quesito escolaridade, quase 50% cursaram até o ensino médio, seguidos por 27% com ensino fundamental.

É interessante ainda observar que 65% dos entrevistados afirmaram que não participam de nenhum tipo de organização, 19% têm participação em organizações religiosas e 14% em entidades em geral.

Um destaque da pesquisa se refere à percepção das mudanças climáticas, que aumentou de 24% (2001) para 61% (2009), enquanto o percentual quanto à consciência sobre a relevância da Agenda 21 não passou de 14%. Desse total, 47% consideram que a prioridade da Agenda 21 é melhorar as condições econômicas, 27% de melhorar e desenvolver serviços sociais e 26¨% de combater a degradação ambiental e a poluição.

Mas os critérios adotados pelos jovens, apesar disso, são mais relacionados a marketing do que às consequências socioambientais que os produtos possam vir a causar.

Alternativas
Em um segundo momento da pesquisa, iniciativas como compostagem urbana, lavanderias coletivas (hábito não comum ao brasileiro), jardins urbanos e alternativas diferenciadas de transporte foram propostas e as adesões às práticas sustentáveis que aumentaram.

No caso da compostagem, o percentual foi de 78%, sendo a maior motivação a reciclagem (82%). Já com relação ao transporte, 53% dos jovens optaram pelas redes de bicicletas, enquanto 47% pelo compartilhamento do carro, sendo que os principais meios de transporte que utilizam são ônibus (64%), carro (19%), a pé (10%), bicicleta (8%) e moto (7%), entre outros. Um total de 60% dos jovens respondeu que, se as pessoas tivessem mais informações sobre as alterações climáticas, adotariam mais esses cenários.

A informação é que não houve rejeição por parte dos entrevistados aos cenários propositivos à sustentabilidade. Em geral, dizem os especialistas, os jovens estão abertos a elas. Entretanto, falta agir. Para eles, falta aos jovens fazer uma relação direta com o que pode ou não trazer impacto para o planeta.

(Por Flavia Bernardes, Seculo Diário, 05/01/2010)


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