O diretor-presidente da Eletronuclear – empresa responsável pela gestão das usinas nucleares de Angra 1 e 2 –, Othon Pinheiro da Silva, disse que as chuvas e os deslizamentos de terras não oferecem riscos as usinas.
Em ofício encaminhado hoje (5) ao procurador da República Lauro Coelho Júnior, o diretor da Eletronuclear explicou que as usinas possuem equipamentos que monitoram as encostas próximas às suas instalações e que, quando há necessidade, obras de reforços são feitas. “Os critérios de segurança de uma obra nuclear exigem cuidados muito maiores que o usuais na construção civil. Desta forma, a Eletronuclear investe continuamente na garantia da segurança das encostas de Itaorna”, disse Silva em trecho do ofício.
Ainda segundo ele, não há ameaça de que o Plano de Emergência Externo (PEE), acionado para evacuar a população local em caso de acidente nas usinas, fique prejudicado por causa da queda de encostas e interdição parcial da principal estrada da região, a BR-101.
“Posso afirmar a Vossa Excelência com toda certeza que, tendo em vista as alternativas de escape pela BR-101 na direção do estado de São Paulo, pela RJ-155 na direção do Vale do Paraíba e pelo fato da zona central e mais populosa de Angra dos Reis distar mais de 15km da CNAAA, não se configura até o presente um cenário de obstrução de estradas que impeça a execução total, sem limitação, do PEE aprovado e periodicamente testado, exercitado e revisado sempre que os testes e exercícios assim o recomendam”, continua Silva.
A retirada da população em caso de acidente, segundo ele, é feita, inicialmente, em um raio de 3 km da central nuclear. Em seguida, caso haja necessidade, são retirados os moradores num raio de 5 km. O perímetro máximo que poderia ser atingido por um vazamento de material radioativo nas usinas é de 15 km – o que ficaria ainda fora do centro populoso da cidade, de acordo com Silva.
No último domingo (3), o diretor-presidente da Eletronuclear já tinha respondido negativamente ao pedido do prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão, para que as usinas fossem desligadas. Segundo ele, não há critérios técnicos que justifiquem o desligamento da central nuclear e a atitude seria “irresponsável”, uma vez que Angra 1 e 2 respondem por 40% da energia consumida no estado do Rio de Janeiro.
As usinas estão funcionando com 100% de sua potência e a garantia da plena capacidade de execução do PEE é apoiada pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil do estado, afirma Silva.
(Por Mariana Jungmann, Agência Brasil, 05/01/2010)