Desde abril de 2008, a cerâmica vegetal, feita a partir de sementes de frutos típicos do Norte como o açaí, o tucumã e até mesmo do ouriço da castanha (o ouriço é o fruto da castanheira que contém de 11 a 22 castanhas) está sendo fabricada no Amazonas e comercializada para revestir paredes e móveis.
Segundo o engenheiro agrônomo e mestre em Sistemas Florestais, Aguimar Simões, a matéria-prima é considerada resíduo florestal não madeireiro e tem capacidade de se transformar em revestimentos especiais comparáveis, em beleza e qualidade, aos melhores porcelanatos comercializados atualmente.
“Toda matéria-prima utilizada para produção da cerâmica vegetal vem do interior do estado. Contamos com o trabalho de associações extrativistas de Manicoré, Lábrea, Humaitá, Tefé, entre outros municípios”, disse à Agência Brasil.
O processo produtivo da cerâmica vegetal do Amazonas é considerado ecologicamente correto, pois aproveita os resíduos da floresta para a geração de produtos usados em decoração de interiores e com aparência exclusiva. A empresa fabricante tem três linhas de produção e conta com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio de um programa de fomento para micro e pequenas empresas interessadas no desenvolvimento de produtos e de processos inovadores.
Toda a fabricação da cerâmica vegetal é feita em Manaus. Os produtos, vendidos por metro quadrado, podem ser encontrados com aparência natural de sua matéria-prima ou ganhar cores diversas. As placas confeccionadas a partir das pastilhas de castanha do Brasil são o produto principal da empresa. Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os principais compradores.
Para este ano, a expectativa da empresa é ampliar a produção, inclusive buscando o mercado externo. Os produtos já começaram a ser divulgados nos Estados Unidos e na França. Em maio, os produtos serão expostos em um evento de decoração em Paris.
“O trabalho estará focado na produção para o distribuidor e para o lojista. É uma estratégia visando ao crescimento da empresa”, acrescentou.
(Por Amanda Mota, Agência Brasil, 04/01/2010)