A prefeitura de Angra dos Reis desistiu de pedir o desligamento das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2. A assessoria de imprensa do prefeito Tuca Jordão informou nesta segunda-feira (04/01) que as condições climáticas melhoraram e não há risco iminente do fechamento da BR-101, que apresenta trecho com problemas por conta das últimas chuvas.
A Eletronuclear, operadora das usinas, esclareceu ontem (3), em nota, que “não se configura um cenário de obstrução de estradas que impeça, no momento, a execução total, sem limitação, do Plano de Emergência - no qual estão previstas ações de evacuação de moradores - aprovado, testado, revisado e periodicamente exercitado”.
O documento da estatal respondia a uma solicitação do prefeito de Angra, de desligamento das usinas logo após o fechamento da BR-101, na noite de sábado (2). Por conta de uma rachadura na asfalto, que poderia partir a pista ao meio, a rodovia ficou interditada por mais de 12 horas e só foi aberta, parcialmente, no domingo (3).
Hoje (4), o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Marcelo Cotrim, voltou a informar que monitora a estrada e se houver chuva, os técnicos vão verificar a possibilidade de fechar novamente a rodovia.
Para justificar o não desligamento de Angra 1 e 2, a Eletronuclear também lembra que as usinas são responsáveis pelo abastecimento de 40% da energia consumida no estado do Rio de Janeiro e que desligá-las “sem uma real necessidade técnica seria um ato de gestão irresponsável, dada sua contribuição para o Sistema Elétrico Nacional”.
Na documento enviado ao prefeito, a estatal reforça que devido ao moderno sistema de segurança e contenção de material radioativo, é “pequeníssima” a possibilidade de ocorrer uma emergência. E que outras estradas de acesso à cidade, como a RJ-155, entre Lídice e Rio Claro, poderiam ser utilizadas como vias de escape da população.
(Por Isabela Vieira, Agência Brasil, 04/01/2010)