A estatal chilena Codelco, que administra as atividades de exploração de cobre no país, não conseguiu deter o início da greve, anunciada há alguns dias, de seis mil trabalhadores de Chuquicamata, a maior mina a céu aberto do mundo.
Os funcionários interromperão suas atividades a partir das 5h30 locais (6h30 no horário de Brasília). No dia 30, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, fez um apelo para que os mineiros aceitassem a proposta de reajuste salarial feita pela companhia. A greve não foi cancelada, mas os empregados decidiram esperar passar as festas de final de ano para parar os trabalhos.
A região de Chuquicamata produz cerca de 4% do cobre mundial e estima-se que uma possível paralisação, que seria a primeira em 13 anos, geraria uma perda diária de US$ 8 milhões.
Ontem, a Codelco fez uma última tentativa para demover seus funcionários. Em negociações reservadas que se estenderam durante todo o sábado, a empresa ofereceu a reposição de um bônus equivalente a US$ 13 mil, retirado em 31 de dezembro, com a condição de que o contrato coletivo de trabalho fosse prorrogado por mais 36 meses.
A proposta, que deveria ser posta em votação hoje, foi rechaçada pelos dirigentes dos três sindicatos da categoria. Eles insistiram em retomar as negociações somente depois do início da greve.
De acordo com o jornal El Mercurio, os presidentes das associações de funcionários -- Cecilia González, Vítor Galleguillos e Hernán Guerrero -- classificaram a última proposta da empresa de cobre como "migalhas".
A Codelco faz agora seus planos de contingência para enfrentar a paralisação e reduzir as perdas.
Já os sindicalistas realizam encontros para definir os detalhes logísticos do protesto, que incluem reuniões, assembleias e o fechamento dos acessos que levam às minas.
Ainda segundo o El Mercurio, a estatal lamentou "profundamente que tendo feito todos os esforços possíveis até agora, não tenha sido recíproca a vontade de evitar um conflito que danificará os próprios trabalhadores, empresa e todos os chilenos".
"É um dever da administração precisar que suas ofertas se baseiam em satisfação mútua e que são suficientes, apropriadas e respondem às condições de custos, produtividade, resultados e sustentabilidade", acrescentou a Codelco.
(ANSA / UOL, 03/01/2010)