Após a morte do treinador Alexis Martínez, atacado pela orca Tekoa na última quinta-feira (24/12) no Loro Parque, em Puerto de La Cruz, na Espanha, a ONG AnimaNaturalis solicita a proibição imediata das apresentações realizadas com golfinhos, orcas e outros animais aquáticos em zoológicos e circos, na Espanha.
A organização de defesa dos animais AnimaNaturalis manifesta suas condolências à família e aos amigos do treinador, que morreu durante um ensaio com a orca em um show aquático.
Para participarem das apresentações aquáticas, os golfinho precisam se acostumar a piscinas muito pequenas em proporção ao seu tamanho e velocidade de deslocamento, de modo que são forçados a nadar em círculos. Sua orientação e sistema de detecção de barragens, através da emissão de sons, encontra nas paredes de concreto uma muralha que lhes devolve continuamente os sons, algo que acaba por alterar o seu mecanismo natural. O cloro e outros produtos químicos que são adicionados à água podem causar lesões e irritação dos olhos, e o estresse da vida em cativeiro também é causa de lesões e morte.
A expectativa de vida das orcas mantidas em cativeiro é muito baixa em comparação com aquelas encontradas na natureza. A vida média das orcas é de cerca de 80 anos, mas em cativeiro, chegam a 10, apesar de estar sob supervisão veterinária e receber tratamento regular com os antibióticos, fungicidas, hormônios e vitaminas. Sem tratamento, mal conseguiria sobreviver alguns dias, confinadas em lagoas artificiais.
Orcas e golfinhos são capturados de seu habitat natural para viverem em aquários e parques aquáticos. Os métodos utilizados são agressivos e traumáticos: estima-se que 50% dos animais morrem durante a captura, incluindo fêmeas grávidas e filhotes.
“Para cada baleia capturada para um parque de diversões, duas morreram tragicamente”, diz Aida Gascón, porta-voz da ONG AnimaNaturalis. “A vida destes animais é muito triste, e os números feitos por golfinhos em cativeiro é conseguido através de um rigoroso método de treinamento que aproveita-se da fome dos animais e de sua total dependência dos técnicos para conseguir comida .
Alguns especialistas, como Koen Van Waerebeek, do Centro Peruano de Estudos Cetológicos, analisaram em detalhes o sofrimento de baleias em cativeiro, e é por isso que rejeitam qualquer componente educacional para os shows em que estes animais são utilizados. “De qualquer ponto de vista”, diz Van Waerebeek, “a melhor forma de divulgar a educação e o respeito pelos mamíferos marinhos é a observação direta em seu ambiente natural e em liberdade”.
(ANDA, 30/12/2009)
*Com informações de Rioja2 e AnimaNaturalis