A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza exige ao Ministério do Ambiente que a barragem de Padroselos não seja construída, por representar uma ameaça a uma espécie em perigo de extinção. Segundo a associação, o habitat de uma população importante de mexilhão-de-rio poderá ficar submerso, caso a barragem seja construída.
A associação “exige que o Ministério do Ambiente renuncie à construção do empreendimento e avalie os impactos cumulativos das outras barragem”, pode ler-se no comunicado da associação ambiental.
Uma das recomendações da associação para fazer face à situação crítica do mexilhão-de-rio, além da renúncia à construção da barragem, passa pela realização de um plano de salvaguarda para esta espécie, “com vista a aumentar a área de população atual, mantendo os efetivos das populações estáveis, incrementando os efetivos das populações dos rios onde existem populações residuais e reintroduzindo a espécie nos rios onde esta já existiu no passado”. Para a Quercus, este plano deverá ser elaborado, calendarizado e orçamentado pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, sob instrução do Ministério do Ambiente.
A Quercus alerta também para a possível degradação na qualidade da água com a construção de barragens nas bacias do Tâmega e do Douro, lembrando o estudo encomendado pela Comissão Europeia sobre o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH). A organização não-governamental sublinha que o estudo “conclui que a construção das barragens tal como previstas no PNBEPH nas bacias do Tâmega e do Douro implicará uma degradação da qualidade da água, o que viola o estabelecido na Directiva-Quadro da Água”.
(Portal Ambiente Online / ANDA, 28/12/2009)