A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, assegurou nesta terça-feira que o nível de alerta pandêmico para a gripe A (H1N1) deve ser mantido, pois considera cedo demais para determinar o fim da epidemia.
"É prematuro demais anunciar o fim da pandemia da gripe H1N1: não seria prudente nem apropriado [baixar o nível de alerta]. É preciso continuar a avaliar a situação nos próximos seis a 12 meses", disse Chan, em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, onde fica a sede desta agência das Nações Unidas.
"Nenhuma análise baseada em fatos reais pode concluir que não estamos perante uma pandemia. O vírus se propagou de forma sustentável em todas as regiões do mundo, afetou 205 países e milhões de pessoas foram infectadas. E temos sorte, porque a maioria destas pessoas teve sintomas leves", ressaltou a diretora-geral da OMS.
Chan advertiu ainda de uma eventual mutação do vírus A (H1N1), "altamente imprevisível", e disse que esta é mais uma razão para manter o nível de alerta.
No entanto, a principal responsável da OMS expressou satisfação com o fato de o vírus da gripe A ser mais moderado do que o mais letal H5N1, da gripe aviária, que matou 60% dos infectados. "A moderação da pandemia da gripe é a melhor notícia da década", afirmou. Até agora, o vírus A(H1N1) infectou 500 mil pessoas e provocou mais de 11 mil mortes no mundo, segundo a OMS.
A diretora-geral da organização rebateu acusações de conivência da entidade que dirige com as farmacêuticas, para facilitar a venda de vacinas contra a gripe: "Nenhuma dessas acusações tem fundamento, trabalhamos para proteger as pessoas". Chan revelou que ainda não se imunizou contra a doença, mas que pensa em fazer isso, respondendo a questões dos jornalistas.
(Lusa / UOL, 29/12/2009)