A Polícia Federal (PF) abriu investigação para apurar supostas irregularidades em processos licitatórios do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa), desenvolvido pela Prefeitura de Porto Alegre. A PF quer investigar suspeitas de direcionamento do edital público e elevação do BDI, que representa o lucro das construtoras. As obras, orçadas em R$ 586,7 milhões, objetivam ampliar o tratamento de esgoto da Capital dos atuais 27% para 77% até 2012.
O superintendente da PF, delegado Ildo Gasparetto, justificou o aprofundamento do caso por conta dos "vários indícios constatados pela corregedoria, que determinou a instauração do inquérito". A investigação originou-se a partir de documentos e áudios derivados da Operação Solidária, que incrementaram o "voto em separado" da oposição na CPI da Corrupção. Os documentos chegaram recentemente à Câmara de Vereadores, que, no entanto, não aprovou a abertura de CPI para investigar o caso. O vereador Carlos Todeschini (PT) também teve acesso aos arquivos e municiou a PF.
"A CPI não trouxe nenhum fato novo. As atitudes da Stela (deputada Stela Farias) e do Todeschini dão conta que o inquérito é patrocinado por interesses políticos", afirmou Clóvis Magalhães, secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico da prefeitura de Porto Alegre. Magalhães disse que a administração já procurou o Ministério Público de Contas (MPC) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para apresentar os documentos que comprovariam a lisura dos processos.
"É do nosso interesse esclarecer os fatos", declarou.
(Correio do Povo, 30/12/2009)