Por algum tempo, os novos projetos de energia geotérmica foram ‘comemorados’ como uma alternativa limpa e eficiente para produção de energia, principalmente considerando que, potencialmente, seria uma fonte inesgotável e relativamente barata. Os sistemas tradicionais de energia geotérmica ‘captam’ o calor no subsolo mais próximo da superfície, enquanto que os sistemas geotérmicos aprimorados operam a partir de perfurações com mais de mil metros de profundidade, bombeando água pressurizada para produzir vapor.
Estes sistemas estão, agora, sob acusação de potencializar o risco de terremotos. É o que sugere um artigo [Geothermal quake risks must be faced], de Domenico Giardini, diretor do Swiss Seismological Service, publicado na edição de 17/12/2009 da revista Nature.
De acordo com o artigo, um desses sistemas aprimorados causou um terremoto de magnitude 3,4 em Basileia, Suíça, em 2006. A desvantagem de sistemas geotérmicos avançados é que eles podem provocar terremotos porque a água pressurizada, de fato, ao ‘forçar’ caminho entre as rochas, gera micro-sismos, podendo interagir com as falhas profundas já existentes, potencialmente causando tremores maiores.
Esse é precisamente o que aconteceu em Basileia. A cidade tem um histórico de terremotos e em 1356, a cidade foi severamente danificada por um terremoto de magnitude estimada em 6,7, o maior já registrado na Europa Central. O artigo destaca que a tecnologia continua a ser uma promissora fonte de energia alternativa, mas adverte que seus riscos precisam de mais pesquisas e debates.
Uma série de outros sistemas geotérmicos aprimorados são ativos na Europa, alguns dos quais têm sido associados com terremotos. O artigo “Geothermal quake risks must be faced”, de Domenico Giardini, está disponível para acesso integral nos formatos HTML e PDF.
Para acessar o artigo no fomato HTML clique aqui.
Para acessar o artigo no fomato PDF clique aqui.
(Por Henrique Cortez, EcoDebate, 21/12/2009)