A Polícia Federal abriu investigação específica sobre as suspeitas de irregularidades no Pisa – Programa Socioambiental, da prefeitura de Porto Alegre.
Conforme o superintende regional do órgão, Ildo Gaspareto, as primeiras diligências devem ocorrer nos próximos dias, quando o delegado responsável pela apuração chamará para depor as pessoas citadas nos áudios exibidos pela CPI da Corrupção, ocorrida na Assembleia Legislativa.
As suspeitas de direcionamento das licitações de obras do Pisa surgiram quando os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito tiveram acesso à documentação da Operação Solidária, inclusive às gravações de telefonemas interceptados pela PF com autorização judicial. Em diversas ligações, o empresário
Marco Antônio Camino, sócio da MAC Engenharia e apontado como um dos pivôs das fraudes em concorrências públicas investigadas pela Operação Solidária, conversa sobre os editais com o secretário da Fazenda da capital, Cristiano Tasch.
O voto em separado apresentado pela presidenta da CPI, Stela Farias (PT), juntamente com os deputados Daniel Bordignon (PT), Gilmar Sossella (PDT) e Paulo Borges (DEM) registra que “que há fortes indícios de que Camino tenha interferido na montagem e distribuição das licitações na área do saneamento, atuando como verdadeiro chefe de cartel”. Após analisar interceptações telefônicas, e-mails, SMS e documentos disponibilizados pelo sítio do DMAE, os deputados de oposição sugeriram o o indiciamento de seis pessoas neste ponto:
Cristiano Tasch – secretário da Fazenda de Porto Alegre
Marco Antônio Camino – sócio da MAC Engenharia
Odilon Alberto Menezes – sócio da Construtora Sacchi Ltda
Ricardo Portella – Diretor da Sultepa
Virgílio dos Santos Costa – funcionário da prefeitura de POA
Luís César Noronha - funcionário da prefeitura de POA
“Não há como desconsiderar fortes indícios de direcionamento do processo licitatório, seja pela proximidade entre empresários e agentes públicos, seja pela planilha apreendida em e-mail interceptado na sede da MAC Engenharia”, apontou a deputada Stela farias ao comentar a decisão da Polícia Federal.
Segundo ela, todos os citados somaram esforços para fraudar o caráter competitivo da licitação, o que, agora, passa a ser objeto de análise por parte da Polícia Federal.
(Por Luciane Fagundes, AL-RS, 29/12/2009)