Berfran criticou o governo federal que disponibilizou apenas 1.805,7MW eólicos em recente leilão.
O Rio Grande do Sul conquistou apenas 186 MW de capacidade instalada do total de 1.805,7 MW comercializados no leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a contratação de energia elétrica gerada por fonte eólica ocorrido em 14 de dezembro. Para o secretário estadual do Meio Ambiente, deputado Berfran Rosado, há duas questões a serem consideradas. A primeira delas refere-se ao fato de que apenas dois projetos gaúchos conseguiram vender energia, e a outra questão diz respeito à falta de visão do governo, que poderia ter aumentado a participação eólica na matriz energética brasileira.
Defensor do aumento da energia limpa no Brasil e, sobretudo no RS, que tem potencial eólico, o secretário do Meio Ambiente pretende iniciar um movimento pela regionalização da geração eólica, garantindo condições de competitividade ao Estado, evitando a concentração dos empreendimentos no Nordeste do país (90%), como ocorreu no recente leilão da Aneel. Dos 67 projetos gaúchos, apenas o de Coxilha Negra, da Eletrosul e dois formados pela Elecnor/Enerfin tiveram êxito. A Eletrosul foi contemplada com três projetos de geração de 30 megawatts cada (três usinas do Complexo Coxilha Negra (V, VI e VII). A instalação das torres em Santana do Livramento deve ocorrer no segundo semestre de 2010. Já a Elecnor/Enerfin instalará mais 74 MW aos já 150 MW existentes no parque de Osório, além de 30 MW (22 MW fruto do leilão e 8 MW através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia – proinfa) em Palmares do Sul. O preço médio de venda do leilão ficou em R$ 148,39 o Mwh, valor considerado muito baixo pelos investidores.
“O governo brasileiro foi ousado ao informar, em Copenhague, sua disposição de contribuir com R$ 5 bilhões para auxiliar os países pobres para a diminuição das emissões dos gases de efeito estufa, mas foi tímido ao disponibilizar apenas 1.805,7 MW eólicos neste leilão”, provocou o secretário gaúcho que estava participando da COP15 quando ocorreu o leilão da Aneel. Para Berfran Rosado, este era o momento mais propício de o governo Lula demonstrar ao mundo sua priorização ambiental, apostando em energia renovável. “O Brasil poderia ter aumentado sua geração de eólica na matriz energética. O ganho ambiental seria enorme. Ainda há tempo para encarar a energia eólica como a energia para garantir o futuro”, declarou.
(Sema, 28/12/2009)