Moradores do bairro Jardim América sentiram efeitos no final de semana
Tremores de terra voltaram a ser sentidos entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado em Caxias do Sul. Moradores do bairro Jardim América acordaram assustados com estrondos e portas trepidando entre 22h e 6h. Nenhum estrago foi registrado. Conforme um especialista, o fenômeno, a exemplo do que ocorreu em 2008 na Zona Norte da cidade, é normal.
Morador da Rua México, o tintureiro Gilmar Biegelmeyer, 48 anos, conta que acordou por volta das 23h com estrondos. Ele e a mulher, Margarete, 45, saíram para a rua, assim como a maioria dos vizinhos. No início, ele chegou a pensar que fosse um ladrão arrombando a casa e saiu com um pedaço de madeira na mão como arma. Por volta das 5h, a família novamente voltou para a rua por causa de estrondos.
– Foi apavorante. Nunca vi coisa igual. Não sei se foi terremoto, mas alguma coisa aconteceu – relata Biegelmeyer.
– Parecia que estavam dando marretadas na casa – complementa a mulher.
Na Rua Paraguai, a técnica de enfermagem Dione Debastiani se assustou.
– Eu sentia tudo tremer nos meus pés. A cama balançou – relata.
O comerciante Dionisio Oliveski, 45, que mora na Rua Uruguai, também sentiu os tremores. Os mais fortes, conforme ele, foram por volta da meia-noite. Mas, ainda às 22h, a mulher dele ouviu barulhos.
– Era um baque seco e forte. Foram uns 10 em sequência num intervalo de uns cinco minutos. As janelas tremiam. Parecia que estavam derrubando móveis pesados. Na hora, dá um medo, porque você não sabe o que está acontecendo – conta.
No mercado de propriedade de Oliveski, os clientes comentavam o ocorrido da noite.
– O telhado de alumínio e o portão balançavam. Achei que estavam arrombando a casa. Parecia que tinha gente caminhando no telhado – conta o morador da Rua Piauí, o matrizeiro Geraldo Tragansin, 55.
Os bombeiros estiveram no bairro. Eles ouviram os moradores e prometeram que passarão o caso para a Defesa Civil, que deve buscar com a prefeitura a contratação de um geólogo para avaliar o que pode ter ocorrido.
(Por Kelly Pelisser, O Pioneiro, 28/12/2009)