Segundo a Fepam, a poluição, aliada à chuvarada, provocou a mortandade
A mortandade de peixes voltou a preocupar a Região Metropolitana. Frequentadores do Clube Náutico Albatroz, em Canoas, espantaram-se ao encontrar, na manhã de ontem(25/12), milhares de pintados mortos no Rio Gravataí.
Ambientalistas acreditam que a falta de oxigênio tenha matado 5 mil animais entre quinta e sexta-feira, em um trecho de cinco quilômetros entre o bairro Sarandi, em Porto Alegre, e ilha do Humaitá. O engenheiro químico do serviço de emergência da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) Vilson Trava Dutra afirma que o órgão monitora o local.
Para Dutra, o problema começou com o excesso de chuva da quinta-feira. Em razão do alto índice pluviométrico, houve bombeamento de água pluvial e esgoto da zona norte de Porto Alegre para o canal de drenagem no Sarandi. As bombas foram acionadas para que a água pudesse ir para o Rio Gravataí. Dutra afirma que o lixo presente no canal provoca diminuição do oxigênio da água. Em vez de cinco miligramas de oxigênio por litro de água, o patamar normal, o índice estava abaixo de dois miligramas na quinta-feira.
– Esse é um problema crítico que ocorre em muitas cidades. A solução seria o tratamento de esgoto e não jogar lixo no canal de drenagem – afirma o especialista. O depoimento do presidente da Associação para Pesquisa de Técnicas Ambientais (APTA), Clóvis Braga, reforça as explicações do órgão ambiental.
Ele conta que materiais como sofás, televisão e outros lixos começaram a descer pelo rio após o meio-dia de quinta-feira. Em seguida, os peixes passaram a agonizar. Ele estranhou a mortandade, porque o nível do Gravataí está alto em razão da intensa chuva dos últimos meses. Conforme Braga, o fenômeno costuma ocorrer quando as águas ficam baixas.
(Zero Hora, 26/12/2009)