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passivos da silvicultura aracruz/vcp/fibria
2009-12-23

Após o baque da crise financeira que atingiu a ex-Aracruz Celulose – atual Fibria –, a poluidora retoma sua política de investimentos. Em 2010, a empresa promete não só consolidar a ampliação de seu parque industrial em Aracruz (norte do Estado), como retomar seu Programa de Fomento Florestal nos municípios capixabas. Em todo o País, a expectativa é de que sejam plantados mais de 50 milhões de mudas no próximo ano, intensificando os impactos social, econômico e ambiental gerados pela monocultura do eucalipto.

Para o Estado, a empresa não só confirmou investimentos da ordem de R$ 100 milhões na ampliação da Fábrica A da Unidade de Aracruz, o que pretende concluir em menos de dois anos, como a contratação de áreas em cerca de 10 mil hectares para o Fomento Florestal no Estado e na Bahia. Da mesma maneira, afirma que retomará em janeiro de 2010 a reforma das áreas de plantio que estão em processo de colheita, utilizando mudas desenvolvidas em seu Centro de Tecnologia e produzidas em viveiros.

Segundo a empresa, atualmente o programa de fomento abrange 86 mil hectares de plantios, distribuídos em 132 municípios do Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Criado em 1990, como estratégia da empresa para ampliar suas plantações de eucalipto, já que na época era proibida de comprar mais terras, o Fomento Florestal incentivou a migração de centenas de agricultores para a área da monocultura no Estado, gerando prejuízos aos contratados, além de prejudicar a produção de alimentos e degradar o meio ambiente.

O programa é uma alternativa atrativa para a transnacional, porque permite que ela terceirize a atividade e consiga se inserir em regiões de elevada altitude, onde dificilmente compraria terras, pois as suas máquinas de corte só funcionam em terras planas. Na região serrana capixaba, a prática tem se expandido rapidamente nos últimos anos, ocupando não só pequenas áreas, mas propriedades inteiras.

Os planos de expansão da monocultura do eucalipto da ex-Aracruz Celulose marcam a nova gestão da empresa, com a fusão com a Votorantim Celulose e Papel (VCP), que recebeu o nome de Fibria. Com a 4ª usina, e novos investimentos também no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e na Bahia, a Fibria somaria uma capacidade produtiva de 6,7 milhões de toneladas por ano de celulose adicionais. A empresa possui 252 mil hectares de plantações de eucaliptos nos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

A empresa também vai ampliar seu terminal, projeto Portocel II, com a construção de quatro novos berços, que irão gerar ainda mais prejuízos aos pescadores de Barra do Riacho, em Aracruz. As atividades do primeiro porto já causam prejuízos há mais de 15 anos, devido ao fato de a antiga Aracruz Celulose fechar a foz do rio, impedindo a passagem de pescadores por até 30 dias, para abastecer suas três fábricas. O rio perde força e suas águas não chegam ao mar, impedindo a passagem dos barcos.

A empresa também já confirmou a retomada dos plantios de eucalipto da Veracel 2, mantendo, assim, os planos de ampliação da atividade também no sul da Bahia. Uma joint venture que a empresa mantém com a finlandesa Stora Enso, para dar continuidade ao projeto, a Fibria teve que vender a sua unidade em Gaíba, no Rio Grande do Sul, para a chilena CMPC, por US$ 1,43 bilhão.

A previsão dos ambientalistas com construção da segunda fábrica da Veracel, prevista para produzir 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose, é de desastre iminente. A Fibria poderá pôr em pé outras duas fábricas, até 2020.

A ex-Aracruz Celulose desmatou mais de 50 mil hectares de mata atlântica no Espírito Santo, somente em sua fase de instalação, na ditadura militar. A empresa usa, até hoje, as chamadas capinas químicas – um coquetel de agrotóxicos, com predominância de herbicidas e formicidas – nos eucaliptais. Os venenos contaminam a terra, a água, a fauna e a flora, e também os poucos moradores que resistem em pequenas propriedades em meio aos eucaliptais, como índios, quilombolas e pequenos produtores rurais, constantes vítimas de violência da empresa.

(Por Manaira Medeiros, Século Diário, 22/12/2009)


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